O Ministério Público de Minas Gerais, em uma ação conjunta com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e as polícias Militar e Civil, cumpriu três mandados de prisão contra ex-prefeitos das cidades de Divino das Laranjeiras, Itabirinha e São Félix de Minas, no Leste de Minas Gerais. Os suspeitos são investigados por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa, falsidade ideológica e fraude à licitação.

As prisões ocorreram durante a operação Octopus, na manhã desta quinta-feira (19). Segundo o MP, as investigações começaram no início deste ano e apontaram que o ex-prefeito de Divino das Laranjeiras, Edison Alves de Souza, recebia propina para favorecer contratos de empresas em um esquema que fraudava licitações relacionadas às obras púbicas do município entre os anos de 2009 e 2016.

Dentre as empresas beneficiadas pelo esquema de corrupção estavam as pertencentes aos ex-prefeitos de Itabirinha e de São Félix de Minas, Aurélio César Donádia e Wanderley Vieira de Souza, respectivamente. Em meio a essas licitações, o MP descobriu que em muitos desses casos o ex-prefeito de Divino das Laranjeiras acabava realizando contratos a seu favor utilizando o nome de laranjas como forma de esconder os verdadeiros proprietários.

A operação também revelou que mesmo após o término do seu mandato, o ex-prefeito Edison Alves de Souza continuava influenciando nas decisões de licitações do município através do seu sobrinho, que assumiu o cargo de prefeito em Divino das Laranjeira.

Prejuízos aos cofres públicos
Segundo o promotor Evandro Ventura, até o momento não é possível estimar o prejuízo causado, mas que as empresas podem ter lucrado até R$ 10 milhões. “Nós não conseguimos apurar efetivamente sobre o faturamento que as empresas ganharam com o contrato público e o que deixaram de fazer. Esse esquema gerou lucro para todos os lados, haja vista que no nosso levantamento inicial as empresas tinham, cada uma, 11, 12, 14 contratos gerando lucros acima de um R$ 1 milhão, R$ 2 milhões com cada contrato”.

Os ex-prefeitos estão em prisão preventiva em Governador Valadares. A operação também cumpriu 17 mandados de busca e apreensão, bloqueio de bens e valores. Durante a ação, foram apreendidas também duas armas de fogo, cinco automóveis e mais de um quilo de maconha

O que dizem os envolvidos
A defesa de Aurélio César Donádia e de Wanderley Vieira de Souza informou que assim que tomar conhecimento dos documentos que constam nos autos irá tomar as medidas judiciais cabíveis para reverter o pedido de prisão preventiva. A defesa de Edison Alves de Souza não se manifestou até a publicação dessa matéria.