Participaram da mesa de debate à professora da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Kênia Mendonça; Vagner Alves de Abreu, assessor parlamentar; Valdecir Lopes Viana, do Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica (CAV) de Turmalina; e o professor Eduardo Ribeiro, do Instituto de Ciências Agrárias (ICA/UFMG), que mediou o encontro.

 

Kênia Mendonça apresentou os resultados de sua pesquisa de mestrado, cujo tema era “Sucessão e formação da juventude rural do Vale do Jequitinhonha”. Sobre a cultura regional, abordou temas como a agricultura e a tradição do conhecimento, transmitido entre gerações de famílias. Sua pesquisa considerou aspectos que contribuem e atrapalham no processo de capacitação dos jovens, como o abandono dos estudos para a dedicação ao trabalho remunerado.

Vagner Alves de Abreu, o Vaguinho, reiterou a abordagem da professora Kênia, ao tratar da migração sazonal dos jovens devido a necessidade de ausentar-se da região para estudar. Segundo Vaguinho, cerca de 30% dos jovens permanecem na região, atuando na área rural.

Em sua fala, Valdecir Viana destacou a importância que deve ser atribuída à qualidade das educações básica e superior no Vale do Jequitinhonha como forma de  assegurar que os jovens permaneçam na região e não percam os vínculos com o lugar onde nasceram.

Projeto Do Canto ao (En)canto

Educadores de escolas municipais de educação infantil do município de Turmalina participaram também na manhã de hoje, da oficina de contação de histórias ministrada pelo professor Josiley Francisco (FAE-UFMG), por meio do projeto Do canto ao (en)canto. A atividade aconteceu na Escola Estadual Américo Antunes de Oliveira e reuniu mais de 40 professores.

Jousiley tratou do trânsito das histórias e chamou atenção para a circulação de histórias inicialmente escritas entre comunidades de tradição oral. Para ilustrar tal perspectiva, apresentou trechos dos filmes Narradores de Javé e Barão de Munchausen.

 

O professor da UFMG destacou a importância de adequar as histórias à realidade local para que, de fato, façam sentido para quem as ouve. Falou também da importância de não reproduzir as histórias escritas do modo como estão nos livros e sim absorver o esqueleto delas e preenchê-lo com elementos do lugar onde ela é contada. “É preciso explorar esteticamente o ato de contar histórias”, acrescentou.

Outro ponto essencial, segundo Jousiley, é considerar que por trás da arte de contar histórias, do prazer e da sedução, há saberes contidos. “O valor e a força da tradição oral”, de acordo om o professor, descortina conhecimentos.