Mil homens brasileiros precisam ter o pênis amputado todos os anos por causa de complicações de câncer no órgão, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

O câncer de pênis é um dos poucos tipos que podem ser prevenidos – e de maneira extremamente fácil: manter a higiene pessoal. Como a principal causa da doença é a sujeira acumulada no órgão, uma boa lavagem diária com água e sabão reduz significativamente as chances de desenvolver o problema.

Higienizar corretamente o pênis é bem simples, mas nem todos os homens sabem. Basta puxar o prepúcio – pele que recobre a glande, ou “cabeça” do pênis – e lavar cuidadosamente a região, prestando atenção ao anel que fica logo abaixo da glande.

Sinais. O homem também deve ficar atento a qualquer sinal diferente em sua genitália. “Se, durante a higiene, ele perceber uma lesão vermelha que dure por mais de três semanas, verrugas ou feridas no pênis, deve procurar o urologista”, recomenda o médico João Carlos Azeredo, presidente da campanha “Câncer de Pênis Zero”, da Sociedade Brasileira de Urologia.

Diagnóstico. “Quando identificado em fase inicial, as chances de tratamento bemsucedido do câncer peniano são próximas de 100%. O problema é que a maioria dos homens brasileiros não tem o hábito de ir ao médico e, “quando vai, a doença já está em fase avançada”, comenta o médico Carlos Corradi, chefe de urologia do Hospital das Clínicas de Belo Horizonte.

Uma vez diagnosticada a doença, as formas de tratamento são similares às de outros cânceres: retira-se a parte afetada e trata-se com quimioterapia. “A diferença é que o pênis tem uma importância capital para o homem. Quando é necessário amputar todo o membro, muitos entram em depressão, chegam a perder a vontade de viver”, revela Corradi.

Quando o tratamento é feito em fase inicial, no entanto, o paciente continua com todas as funções normais do órgão. “Ele continua podendo ter relações sexuais, orgasmos, tudo normal”, garante Corradi.

O câncer peniano é mais comum em homens entre os 50 e os 70 anos. Mas isso não impede que outras faixas etárias tenham o problema. “Já tive paciente de 28 anos com o pênis amputado”, diz o médico.