A presidente da Companhia de Saneamento do Estado de Minas Gerais (Copasa), Sinara Meireles, anunciou nesta quinta-feira, 22 de janeiro, o risco real de desabastecimento de água na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e em cidades de outras regiões do Estado. Levantamento realizado pela nova diretoria da empresa, empossada na tarde da última sexta-feira, 16 de janeiro, mostra uma situação crítica do sistema de abastecimento de água nos municípios atendidos pela empresa.

O Sistema Paraopeba, que abastece a RMBH e é composto pelos reservatórios Serra Azul, Rio Manso e Vargem das Flores, está operando atualmente com 30,25% de sua capacidade. Dos três reservatórios, o que apresenta a pior condição é o Sistema Serra Azul, que atualmente está com apenas 5,73% de seu volume, praticamente já operando em seu volume morto. Já o sistema Vargem das Flores apresenta capacidade atual de 28,31% e o sistema Rio Manso, 45,06%.

O relatório, elaborado em caráter de emergência por determinação do governador Fernando Pimentel, também deixa claro que o governo anterior tinha conhecimento da situação, mas não tomou medidas necessárias para evitar o comprometimento do abastecimento. Mesmo com a estiagem prolongada na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o governo anterior optou por manter a distribuição de água para a população em níveis estáveis nos últimos dois anos.

Os fartos dados monitorados pela Copasa ao longo dos últimos dois anos mostram os riscos envolvidos na garantia do abastecimento de água para a população, situação oposta às informações divulgadas pelo governo anterior, que davam conta que não haveria risco de desabastecimento na Grande BH. Com isso houve o consumo intenso da água dos reservatórios e a redução sensível dos volumes acumulados, que não se recuperaram.

Diante das conclusões do relatório, Sinara Chenna Meirelles anunciou as seguintes medidas:

  • Disponibilizar no site da COPASA informações diárias sobre o nível dos reservatórios de abastecimento na RMBH.
  • Destacar 40 equipes de campo na RMBH com equipamentos para atuação nos vazamentos, uma das principais causas das perdas no sistema, reduzindo o tempo de ação para interrupção do vazamento que hoje, na média, é de 9 horas.
  • Implantar nova rotina para programação dos atendimentos de campo para realização de manutenções corretivas e preventivas.
  • Revisar os procedimentos de operação do sistema integrado visando minimizar os transtornos causados pela falta d´água em localidades da RMBH. Trata-se de rodízio no abastecimento a ser realizado com programação pré-definida.
  • Realizar Campanha Educativa com o principal objetivo de reduzir o consumo de água em pelo menos 30% na RMBH e em outras regiões do Estado.
  • Intensificar a contratação de caminhões pipa e a perfuração de poços artesianos, nas regiões mais críticas também no restante do Estado para atendimentos emergenciais.
  • Envio à autoridade gestora de recursos hídricos do estado de solicitação de declaração de situação crítica de escassez de recursos hídricos
  • Atuar na adoção de outros mecanismos previstos legalmente, associados ao racionamento de água, inclusive mecanismos tarifários de contingência aprovados pela ARSAE, se for o caso.
  • Executar a captação de 5 m³/s  no Rio Paraopeba para a Estação de Tratamento de Água do Rio Manso.