A operação "Amazona/ Bicho do Mato" realizada na última semana nas regiões do Vale do Jequitinhonha e Mucuri em Minas Gerais terminou com 674 animais apreendidos, além de armas de fogo, armadilhas, anilhas, gaiolas, viveiros e outros materiais utilizados na captura e tráfico das espécies.

 

O resultado da ação foi divulgado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

 

A operação foi realizada em parceria com o Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Polícia Rodoviária federal (PRF) e a Polícia Militar de Meio Ambiente, e teve como objetivo coibir o tráfico de animais silvestres no Estado.

 

Os alvos foram as cidades de Itaobim, Teófilo Otoni, Cachoeira do Pajeú, Almenara, Araçuaí, Padre Paraíso, Virgem da Pala, Ponto dos Volantes, Itinga e Divisa Alegre, e também os distritos de Itamarati, Machado Mineiro e São Francisco. 

 



De acordo com o chefe de fiscalização da fauna da Semad, Daniel Colen, a Polícia Militar de Meio Ambiente executou um trabalho prévio de identificação do comércio ilegal da fauna silvestre  e localizou os pontos de cativeiro. “A partir dessas informações, planejamos a ação com o Ibama e montamos, com o apoio da PRF, barreiras na BR 116, em diferentes municípios, para fecharmos o cerco aos traficantes”, afirmou.

 



Entre os animais apreendidos estão 673 aves e um réptil, além de oito armas de fogo e 594 gaiolas. “Os animais encontrados em condição de soltura foram devolvidos ao habitat natural. Os demais foram encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres, em Belo Horizonte”, informou Colen.

 



Segundo ele, o tráfico de animais silvestres tem consequências graves em todo o mundo e, no Brasil, traz problemas de ordem social e econômica, com quantidades incalculáveis de recursos financeiros movimentados.

 

É estimado que cerca de 38 milhões de exemplares de fauna sejam retirados anualmente da natureza e que aproximadamente quatro milhões deles sejam vendidos.

 



Tráfico de animais



Em geral, a fauna brasileira é retirada do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país e enviada para o Sudeste, com destaque para Minas Gerais, Sul e outras regiões do Nordeste, por meio terrestre ou fluvial, abastecendo o comércio nacional.

 

Na região do Sudoeste baiano, por exemplo, o tráfico de animais silvestres é apontado como um problema socioambiental com sérias consequências para a avifauna nativa, sendo que o principal comércio nessa região ocorre ao longo da BR-116, bem como em feiras e pequenos comércios às margens da rodovia.

 



Um desafio para a fiscalização é identificar os locais de captura de fauna uma vez que os locais onde os animais são apreendidos, geralmente, não são os mesmos em que foram capturados. Além disso, a captura e a venda de animais silvestres e seus subprodutos não estão concentrados em apenas um local e nem sempre tem o mesmo destino.

 

Após serem capturados, os animais passam pelas mãos de traficantes e podem ser  vendidos via internet, pet shops e feiras ilegais.