Esse é um velho adágio popular que mais uma vez confirmou-se como verdadeiro. Somos todos sabedores, que a nossa querida Almenara é pródiga em menosprezar os seus filhos, enquanto estende tapete vermelho para os forasteiros que aqui chegam e sugam o seu mel. É obvio que não podemos generalizar, pois, graças a DEUS, temos aqui muitos forasteiros ilustres, pessoas que com o seu trabalho e sua honestidade, contribuem para o desenvolvimento da nossa cidade, conhecida mundialmente como a “princesa do vale”.

Por outro lado, temos acompanhado muitos casos em que os filhos desse torrão, não recebem o tratamento adequado e o respeitoso por parte de alguns munícipes e também de certas autoridades constituídas, fazendo com que o velho adágio popular se torne uma realidade manifesta.

 No dia 28/08/14, eu Deraldino Lima Ataídes, solteiro, 41 anos, cidadão brasileiro, filho desta cidade de Almenara, cidade esta, que considera de beleza radiante e pela qual nutre fervorosa paixão, fui ao Banco Bradesco com o intuito de resolver uma não conformidade existente com o meu cartão de crédito. Registra-se que esse problema com o meu cartão de crédito já perdurava por mais de três meses, razão pela qual, chegando à agência do Banco Bradesco e, não tendo o funcionário que me atendera, capacidade para solucioná-lo, solicitei que fosse atendido pelo gerente da instituição.

 Ocorre que, enquanto aguardava o atendimento pelo gerente, fui surpreendido com a chegada de dois policiais, que me pediram para levantar-me e deslocar-me para fora da agência, sendo que, já estando fora do ambiente bancário, solicitaram-me a identificação pessoal e mesmo me identificando legítima e pacificamente, me foi dado voz de prisão. Ressalta-se que para minha maior decepção, este ultrajante fato aconteceu no dia do meu aniversário, isto é, com qual “presente de grego” me fora presenteado.

 Também lhe fora informado pelos policiais militares, que estes haviam recebido o chamado via ligação telefônica e que esta teria sido feita pelo guarda daquele estabelecimento bancário, alegando que havia um homem na agência em atitude suspeita. Vê-se ai, o despreparo dos empregados do banco, pois, apresentei os documentos de identificação e mais, sou cliente do Banco Bradesco a mais de seis anos.  Ao dirigir-me à agência bancária, estava trajando bermuda, pois não é novidade o calor abrasador que nos revigora diariamente e, diga-se de passagem, "é possuidor de um corpo saudável e atleticamente robusto", o que certamente, despertou a má interpretação dos funcionários do banco.

 Eu, Deraldino Lima Ataídes, sou um cidadão de cútis negra, filho desta terra, que devido as dificuldade vivências por muitos, tive de buscar o “ganha pão” fora do nosso município, indo morar em São Paulo, lá permaneci por vinte anos. Tendo, graças ao Nosso Bom DEUS e com muita luta, conquistado um patamar satisfatório de vida e condições financeiras, decidi voltar a tão aprazível terra natal, aqui me estabeleci como empresário no ramo de loteamento urbano, tornando-se assim, uma pessoa bastante conhecida e conceituada em nossa cidade.

 Denota-se dizer, que a Lei Maior desse país, deixa nítido no seu artigo 5º que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”, ratificando no inciso III desse mesmo artigo, que “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante.”

 Vejo que o Código de Defesa do Consumidor no art. 6º, III, garante sejam prestadas aos cidadãos as orientações necessárias sobre os produtos e serviços fornecidos pelas empresas, bem como, no art. 39, VII, está expressa a vedação a práticas abusivas como, repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;

 Convém notar, que o Código Civil Brasileiro, no artigo 186, determina que “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

 É indispensável esclarecer que o Brasil é signatário, dentre tantos outros diplomas, da Declaração Universal dos Direitos Humanos, sendo garantido no artigo I deste documento que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade” e ainda no art. VI, que “todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei”.

 Diante do enxovalhamento e preconceito discriminatório que sofri, estarei tomando todas as medidas cabíveis, postuladas como direitos básicos daqueles que sofrem perseguições injustas, levianas e inconsequentes, impetrando junto à justiça brasileira, ações cíveis e criminais contra a agência do Banco Bradesco, localizada na cidade de Almenara, bem como, contra o Estado de Minas gerais, em razão da prática aplicada pela Polícia Militar de Minas Gerais, através dos seus agentes, lotados no 44° BPMG.

 Por derradeiro, reafirmo o quanto sou grato ser filho de Almenara, e ainda, o bem querer que tenho por esta deslumbrante cidade. Aqui nasci, e como o fazem muitos dos filhos deste torrão, me ausentei, porém, sempre foi meu sonho voltar. Aqui está e aqui ficará, pedindo ao Senhor Nosso DEUS, que continue a me abençoar, para que condutas, como estas acima narradas, não sejam para mim ou para qualquer outro cidadão de bem, motivo de desânimo e desistência, pelo contrário, lhe fortaleça cada dia mais, para a vitória final.

 Obrigado a todos.

  Deraldino Lima Ataídes

 Ps: Este jornal, que sempre cumpriu com o profissionalismo que lhe é inerente, e embasado no comportamento ético e moral que norteia sua convicção jornalística, concede o direito de respostas ao Sr Deraldino Lima Ataídes conforme Código de Ética do Jornalismo.