O movimento social Caminhos do Vale, que luta para que o governo federal e principalmente o estadual asfalte várias das estradas de terra do Vale do Jequitinhonha, surgiu depois do tão comentado movimento social que buscava asfaltar a BR-367, importante rodovia para a região, pois corta todo o Jequitinhonha de Diamantina a Salto da Divisa, prosseguindo até a cidade turística de Porto Seguro/BA.

A mola propulsora do movimento foi a análise e acompanhamento do programa do governo mineiro chamado Caminhos de Minas que previa o asfaltamento de estradas em todo o estado. Foi notado que todas as estradas que estavam com projetos em andamento eram fora do Vale do Jequitinhonha. O Vale não tinha sequer uma estrada com projeto em andamento.

Depois de criado pela rede de blogueiros e movimentos sociais do Vale, o movimento ganhou força no facebook e já conta com mais de 11 mil pessoas em um grupo de mesmo nome.

E todo esse reboliço funcionou?

Bem, eu gostaria de dizer que pelo menos metade desses trechos já teriam virado um tapete preto, mas infelizmente o programa Caminhos de Minas asfaltou em todo o território mineiro apenas 41,4 km dos 8.122 km previstos, ou seja, apenas 0,5%, então não fomos nós os únicos prejudicados, o estado inteiro aguardou todo esse tempo pelo asfalto prometido pelo Caminhos de Minas, mas recebeu apenas 41,4 km. O que foi asfaltado em todo o estado não equivale nem a metade da distância do trecho entre Almenara e Pedra Azul.

Mas não é de todo ruim. Não tínhamos nem um trecho com projeto de engenharia em andamento. Hoje, o Vale do Jequitinhonha possui 16 trechos cadastrados no programa Caminhos de Minas dos quais apenas 5 estão sem nenhuma ação do governo do Estado. São os trechos abaixo:


Como podem ver, são trechos importantes demais para serem deixados pra trás. 4 dos 5 trechos envolvem mais de 47 mil habitantes chegando aos 66,4 mil. O trecho Jequitinhonha-Pedra Azul também, pois foi construída uma ponte sobre o rio Jequitinhonha dando acesso a Pedra Azul, mas que sem a rodovia, liga a cidade ao nada, apesar de não deixarmos de reconhecer seu valor para a população que reside na Zona Rural e povoados do outro lado do rio.

Dois trechos tiveram autorização para licitar seus projetos de engenharia. Os trechos são:


Outros dois trechos tiveram seus projetos de engenharia contratados.


Três trechos estão com projeto de engenharia em andamento. São apenas dois se considerarmos que o trajeto entre Almenara e Pedra Azul foi subdividido.


Dois trechos estão com projeto de engenharia em andamento, mas são regidos pelo governo federal através do DNIT por ser rodovia federal. É o caso da sonhada BR-367 que vê a antiga promessa de asfaltamento enfim sendo cumprida.


Dois trechos já tiveram autorização para licitar suas obras.


Resumindo, não temos um palmo de asfalto ainda, mas foi feito um pouco de justiça ao Vale do Jequitinhonha. Não era justo que enquanto todas as regiões do estado tinham boa parte de seus trechos em andamento, o Jequitinhonha não tinha nenhum. Isso nos estimula e nos mostra que vale a pena lutar e que nunca conseguiremos nada se ficarmos calados.

Por isso, chamo cada um de vocês pra continuar na luta porque a situação ainda é injusta para a nossa região. Apesar de ter uma grande representação territorial no estado de Minas, o Vale tem poucos trechos no programa, quase a mesma quantidade de regiões bem menores. Além disso, a quantidade de trechos do Vale do Jequitinhonha que não receberam nenhuma ação do estado é percentualmente menor que as outras regiões de Minas. O Vale ainda continua na desvantagem e só você pode mudar isso.

Uma grande alternativa é aproveitar as eleições de outubro. Primeiro, veja se seu candidato teve algum compromisso com a sua região ou se passaremos mais 4 anos com apenas outros 41,4 km asfaltados. Se notar que seu candidato é digno, cobre dele que faça valer o seu voto, seja ele presidente, governador, senador ou deputado. Não deixe essa oportunidade passar e mais uma vez obrigado por de alguma forma ajudar o Vale do Jequitinhonha.

Abaixo seguem os trechos reivindicados pelo movimento Caminhos do Vale que ainda não foi incluso no programa governamental Caminhos de Minas.

 Pedra Azul-MG