O Reino de Deus é diferente do reino humano, porque está disponível a todos que o buscam com um coração humilde e dependente da graça divina (Mt 6.19-21).

Nesse Reino, não há acepção de pessoas, pois o amor de Deus é manifesto a todos que o aceitam e desejam fazer parte dele. A provisão desse Reino vai ao encontro das maiores necessidades da natureza humana, sejam elas de âmbito espiritual, emocional ou mesmo material (Mt 5.1-12).

A compaixão de Cristo excedeu e muito a compreensão humana do que significa apieda-se do sofrimento do próximo. Antes, Cristo, por sua morte vicária, assumiu o nosso lugar no sofrimento da cruz, a fim de nos garantir uma vida de paz e a confiança da vida eterna. Por essa razão, o Reino de Deus compreende e supre as maiores das necessidades da humanidade, visto que Deus se solidariza com a sua carência (Mc 6.34).

Sendo assim, caro professor, destaque nesta lição, o papel primordial da Igreja em apresentar um evangelho que se importa com a carência das pessoas. Além disso, destaque a qualidade do Reino de Cristo em condenar qualquer tipo de opressão ou discriminação ao próximo, seja em função de força política ou ideológica. Boa aula!

1. A COMPAIXÃO DE CRISTO PELAS MINORIAS

Uma das qualidades mais intrínsecas e louváveis de Cristo é a compaixão. Nosso Senhor Jesus Cristo se compadeceu puramente de todos aqueles à sua volta que o suplicavam por uma cura ou algum milagre de qualquer natureza. Quando se refere aos pobres como bem-aventurados, Cristo ensina que aqueles que têm a fé, já não estarão sem provisão. Pois mostram em seu espírito, a dependência humilde da graça de Deus (Mt 6.25-34). Mulheres, pobres, negros, prostitutas e tantos outros sempre foram discriminados, mas Jesus veio e mostrou como eles devem ser tratados. Este é o verdadeiro cristianismo: amor.

Assim, a provisão do Reino de Cristo está disponível a todos os que creem, pois em Cristo, não há acepção de pessoas. Antes, sua graça é poderosa para suprir as maiores necessidades da humanidade, seja no âmbito espiritual, no que diz respeito à salvação, visto que Ele já pagou o preço com a sua morte vicária em que levou os nossos pecados sobre si para a nossa justificação (Rm 5.1,2); seja de cunho emocional, pelo fato de interceder por nossas necessidades emocionais, a fim de que tenhamos o Consolador para nos amparar e fortalecer mediante as aflições deste mundo (Jo 14.16-18); ou mesmo pelas necessidades materiais, que precisamos que sejam supridas durante o tempo da nossa peregrinação, mas que não devem ser prioridade, pois os que buscam o Reino de Deus em primeiro lugar, de nada têm falta (Mt 6.33).

Portanto, o Reino de Cristo está fundamentado em amor para que os pobres, negros, prostitutas e tantos outros, ou mesmo aqueles que reconhecem a sua pobreza, encontrem neste Reino, a verdadeira bem-aventurança que desfrutam os que recebem a Palavra do evangelho com humildade.

2. O REINO DE DEUS E A POBREZA HUMANA.

Em face disso, quando discorremos a respeito da bem-aventurança que desfrutam os pobres no Reino de Deus, devemos ter em mente que a pobreza humana, destacada por Cristo, não se detém somente aos que se esvaziam de si mesmos, a fim de serem cheios de Cristo e possuem a sua satisfação na provisão divina, mas também aos carentes da provisão material.

Jesus não apresenta um evangelho que prioriza um discurso teórico em detrimento da necessidade material humana. Antes, Ele ordenou aos seus discípulos que ajudassem os pobres deste mundo, pois Deus também se preocupou com que o cuidado mútuo e a comunhão fizessem parte da cultura da Igreja Primitiva que estava por surgir através dos apóstolos (Lc 9.11-17; At 3.42-46).

Um exemplo de sua graça e misericórdia é manifesto nas duas multiplicações dos pães e peixes, em que, aproximadamente dez mil pessoas foram alimentadas. O texto diz que Jesus sentiu compaixão pela multidão.

De acordo com a Bíblia de Estudo, “O termo original é splagchnizomai, o qual descreve uma emoção que comove a pessoa até o íntimo do seu ser. Fala da tristeza que alguém sente pelo sofrimento e infortúnio do próximo, justamente com o desejo de ajudá-lo. É uma característica de Deus (Dt 30.3; 2 Rs 13.23; Sl 78.38; 111.4) e do seu Filho Jesus Cristo (Mc 1.41; 6.34; 8.2; Mt 9.36; 14.14; 15.32; Lc 7.13). Em todas as épocas, e particularmente nestes dias de indiferença ante o sofrimento dos outros. Jesus espera que semelhante atitude motive atos compassivos dos seus seguidores (Mt 18.33; Lc 10.33)” (CPAD, 1995, p. 1473).

Portanto, a bem-aventurança está disponível a todos que, com um coração humilde, recebem o Reino de Deus e tornam-se participantes de sua graça.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em vista do que podemos observar, os valores do Reino de Deus são opostos ao que presume a concepção humana. A compaixão expressa em Jesus excede as boas intenções do homem natural e vai ao encontro das maiores carências da humanidade.

Em cristo, encontramos a provisão, não somente de nossos anseios espirituais para com o divino, mas também o conforto e descanso para as nossas emoções, além do cuidado divino em nossas necessidades materiais. De fato, temos um evangelho que é pleno e atende a plenitude humana (Mt 11.28-30).

De forma alguma o Reino de Cristo, compartilha das práticas de interesse político ou ideológico, a fim de se apropriar da potencialidade do homem. Pelo contrário, seu Reino aflora o que tem de melhor na natureza humana, a fim de que sejamos para sua glória (Jo 18.36).

Que possamos aprender e levar os ideais de Cristo em nosso viver, de modo que o mundo conheça e experimente das bem-aventuranças que Deus coloca à disposição dos que reconhecem humildemente suas carências e necessidades diante do Criador, que é compassivo e amoroso para com as suas criaturas.