A Polícia Civil apura denúncia de apologia a crimes contra a mulheres possivelmente cometida pelos moradores da República DaNação, em São João del Rei, e se houve vítimas.

O caso se tornou público após a publicação na última terça-feira (22) de uma imagem compartilhada pela página Spotted Feminista UFSJ, de um cartaz que divulga os direitos e deveres dos moradores, imitando a publicação de uma lei, com data de 8 de dezembro de 2004 (Confira na imagem acima), contendo frases como "nunca se deve bater em uma mulher, ela pode gostar"; "não tenha escrúpulos, seja cafajeste. Toda mulher gosta de sofrer", "é vedada toda e qualquer recriminação aos moradores que embebedar (sic) uma mulher para pegá-la".

Ainda esta semana, a República publicou nota no Facebook manifestando arrependimento e prometendo queimar o cartaz (veja a íntegra abaixo). No entanto, eles foram impedidos pela Polícia Civil de destruir o banner, que foi apreendido no fim da manhã desta sexta-feira (25).

A Universidade Federal de São João del Rei, onde eles estudam, divulgou nota sobre o assunto, destacando que a instituição "não apoia qualquer tipo de ato que incite o preconceito ou discriminação de condição social, gênero ou etnia" e que realizará em setembro uma campanha de conscientização sobre o respeito à vida e à diversidade.

O delegado lembrou que, para responder por apologia, não é necessário que o crime ocorra. "Basta ficar comprovado o incentivo ao ato, seja no cartaz ou em compartilhamento de redes sociais. Se houver a comprovação de um fato mais grave ou alguma vítima procurar a Polícia Civil, será aberto inquérito criminal e encaminhado para apuração na Delegacia Especializada de Mulheres", afirmou.

A demonstração pública de arrependimento não impede a sequência da apuração.