Uma tragédia deixou o futebol e o povo uruguaio de luto. No último sábado, a 150 km de Montevidéu, foram encontrados os corpos de Fernando Sierra, técnico de futebol das categorias de base do Club Defensor de Maldonado, e Felipe Romero, de apenas 10 anos. O garoto foi sequestrado por Sierra, a quem tinha como um pai. Segundo informações da Polícia local, o treinador matou Felipe e depois se matou. 

A relação dos dois era tão próxima que a psicóloga do garoto orientou a mãe, Alexandra Pérez, a afastar Romero do convívio com Sierra.  Comportamentos estranhos foram observados em Felipe, filho de Luis Romero, um conhecido ex-jogador de futebol do país. A presença do pai na vida do menino pouco existiu. Por esta razão, Felipe acabou idealizando Fernando Sierra como uma figura paterna, inclusive o chamado de 'papai'. 

O sequestro do menino, de 10 anos, movimentou o Uruguai, mas acabou tendo um desfecho trágico e que chocou todo o país. 

Felipe e Fernando se conheceram em 2015, por intermédio da escolinha infantil do Club Defensor da cidade de Maldonado, local onde viviam. Apesar de Sierra ter ficado a cargo do grupo do qual Felipe fazia parte por pouco tempo, eles desenvolveram uma relação muito próxima.

"Ele levava e trazia Felipe dos treinos, das partidas, andavam juntos para todos os lados, ele o tratava como se fosse seu filho, e Felipe o tratava como se fosse seu pai. Por mais de uma vez, Felipe o chamou de papai", diz Myriam Sosa, dirigente do Club Defensor Maldonado responsável pela divisão infantil.

Fernando seguiu trabalhando como treinador de futebol até sua morte e se apresentava como 'amigo da família'. Em nenhum momento, ele levantou suspeitas quanto ao seu caráter ou comportamento até que na última quinta-feira, Sierra buscou Felipe na escola sem a permissão da mãe e raptou o garoto.

Ameaça do treinador  

Dias antes do sequestro, a mãe de Felipe decidiu confrontar Fernando, alegando que ele não poderia voltar a se encontrar com seu filho. O treinador então não concordou com a decisão e disparou uma resposta que já dava sinais do crime que seria praticado. 

"Se não posso mais ver o Felipe, eu me mato", foi a resposta do treinador, segundo a mãe do menino.

No sábado, a ameaça de Fernando Sierra se confirmou. Além de se matar, ele também assassinou o garoto.