Um pedido de namoro não correspondido pode ter sido o estopim para que um rapaz assassinasse uma farmacêutica, de 27 anos, anteontem, em Manhuaçu, na Zona da Mata. O corpo de Joana Soares Benfica foi encontrado ontem, pela manhã, por colegas de trabalho dela, que foram até a casa após ela não comparecer ao trabalho e não atender as ligações. Amigos da vítima culpam o cunhado dela, de 45 anos, pelo crime. Até o fechamento desta edição, ele não havia sido localizado pela polícia.

Amigos de Joana contam que a mulher vinha sendo perseguida pelo suspeito, que morava em Durandé, cidade vizinha a Manhuaçu. “Ele era casado com a irmã dela, mas tinha uma espécie de obsessão por ele. Acontece que ela não aceitava se relacionar por ele, e mesmo assim ele ficava trás del. Ele tentava mesmo com ela resistindo”, explicou uma amiga de Joana, que pediu para não ser identificada.

Os peritos da Polícia Civil observaram várias perfurações no corpo de Joana. A faca usada no crime foi encontrada cravada no estômago da mulher. O corpo da farmacêutica foi encontrado caído no quarto dela, mas marcas de sangue foram vistas na cozinha da casa, o que evidencia, segundo os peritos, que houve luta corporal entre vítima e suspeito.

Vizinhos da mulher contaram ter visto um homem com características semelhantes ao cunhado da vítima ir à casa dela ontem, em uma moto, por volta das 23h. Como não foi notado extravio de bens, a hipótese de latrocínio está descartada.

Segundo a Polícia Militar (PM), apesar de os vizinhos terem ouvido gritos de uma briga na casa, eles não acionaram a corporação. Como o cadeado do portão da casa estava arrombado, suspeita-se que a casa tenha sido invadida. A farmacêutica morava sozinha.

A ocorrência foi encerrada na Delegacia de Polícia Civil de Manhuaçu. O departamento regional da corporação, porém, é que ficará a cargo das investigações. Ontem, uma equipe fez os primeiros levantamentos sobre o caso.

Vítima se sentia pressionada pelo cunhado

Desolada com a notícia da morte da farmacêutica, uma amiga dela disse que espera rigor nas apurações. “É revoltante saber que, em pleno século XXI, um homem ainda acha que possa obrigar uma mulher a alguma coisa. Só espero que a Justiça seja feito neste caso”, contou a mulher.

Segundo a jovem, a amiga já havia dito que se sentia pressionada pelo cunhado, mas disse que Joana nunca havia sido agredida fisicamente por ele.

A reportagem do Super Notícia tentou contato com a familiares da vítima, que não quiseram dar entrevista.

Por motivo de luto, a farmácia em que Joana trabalha não abriu ontem. Ela era funcionária do estabelecimento há cerca de três anos.

Joana era farmacêutica de um estabelecimento do bairro Petrina. A dona de casa Maria do Rosário Vieira, de 52 anos, a definiu como “dedicada e exemplar”.


Testemunhas
Um vizinho de Joana disse ao Super Notícia que viu o suspeito transitar, inquieto, anteontem, em frente ao imóvel da mulher, durante o dia. Segundo a testemunha, o homem estava em uma moto vermelha, com placa de Durandé. A fonte não soube dizer se o homem visto era o cunhado da farmacêutica.

Apesar de o cunhado de Joana não ter sido visto no local de trabalho dele ontem ou hoje, a companheira dele, que é irmã de Joana disse aos militares que o homem estava em casa na hora do crime, anteontem. Alguns militares, porém, desconfiam que a informação tenha sido dada apenas para inocentar o suspeito do crime.

Fonte: BRUNO INÁCIO (O TEMPO)