A água está brotando de modo contínuo em algumas das regiões mais áridas de Minas Gerais, o Vale do Jequitinhonha. Iniciativas de recuperação de nascentes permitem a comunidades a captar água em locais que estavam em processo de degradação. Uma das ações parte da Aperam BioEnergia, empresa que emprega cerca de 1.200 pessoas em cinco municípios da região em atividades com florestas renováveis de eucalipto com uso de represas próprias que acumulam água de chuva. Até o momento, 18 nascentes voltaram a ter força e a irrigar antigos córregos e fontes, principalmente em zonas rurais nos municípios de Itamarandiba, Minas Novas, Capelinha e Turmalina.

O resultado, alcançado desde fevereiro, veio por meio de cursos e suporte da empresa a comunidades para identificação, recuperação e proteção de nascentes. A iniciativa é resultado da parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Minas Gerais (Senar), que realiza atividades similares no Estado.

João Batista Oliveira, morador da comunidade de Setúbal, em Itamarandiba, participou da atividade em abril deste ano. "O curso é muito importante. Além de melhorar e proteger nossa nascente, ele traz saúde. Teremos uma água mais limpa e sem o risco de insetos e animais terem tocado nela", afirma.

Na Aperam BioEnergia, toda a área florestal segue técnicas de conservação do solo e da água, que tornam a região mais fértil e menos sensível às variações climáticas. São feitas bacias de contenção, intenso uso de matéria orgânica na cobertura do solos, além de reservas próprias que acumulam água de chuva, que dispensam o uso de água por quaisquer outras fontes. “Estes aspectos foram fundamentais para manutenção dos nossos recursos naturais e produtivos”, diz Edimar de Melo Cardoso, diretor de operações da Aperam BioEnergia.

Em 2015, a seca foi intensa na região. Choveu apenas 53% em relação à média histórica para o período, de acordo com a medições que a própria empresa faz em suas mini estações meteorológicas. As chuvas no último verão trouxeram certo alívio, mas a empresa decidiu por estimular a recuperação de nascentes. Com o apoio do Senar, já capacitou mais de 100 pessoas locais para cuidar do meio ambiente e permitir que a água flua de modo permanente e mais limpa.

“Criamos um comitê interno, identificamos ações que poderiam influir positivamente neste cenário para as comunidades, mobilizamos nosso pessoal, lideranças comunitárias e parceiros institucionais para tratar a questão do recurso hídrico’’, explica o diretor.

Esforço conjunto protege nascentes contra degradação

Em locais conhecidos de antigas nascentes, que beneficiavam coletivamente as comunidades na região do Vale do Jequitinhonha, são feitos trabalhos de limpeza, retirada de materiais, como terra e lixo.

De acordo com a metodologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Minas Gerais (Senar), são criados filtros naturais, com uso de pedras, além de outros procedimentos de proteção.

A vazão da água passa a ser monitorada. Mudas nativas cultivadas na própria Aperam BioEnergia são plantadas no entorno e é feito um cercamento para evitar futuros danos ao local.

“Se não houver cuidado, não vai adiantar nada todo esse esforço conjunto das pessoas”, afirma Ana Cláudia Fernandes Pereira, assistente técnico da Aperam BioEnergia.

Sobre Aperam BioEnergia

Instalada no Vale do Jequitinhonha-MG, a Aperam BioEnergia produz e comercializa carvão vegetal, tecnologia, mudas e sementes, a partir de florestas renováveis de eucalipto em Minas Gerais. As atividades da empresa geram cerca de 1.200 empregos diretos na região e são referência na adoção de modelos de gestão sustentável. A colheita, a carga e descarga do forno, o transporte, entre outras fases da carbonização da madeira são totalmente mecanizadas, utilizando os mais avançados equipamentos do segmento florestal. A empresa segue os Princípios e Critérios do FSC® – Forest Stewardship Council, amplamente aceitos pela comunidade internacional como principal referência de práticas de sustentabilidade no setor. As florestas de eucalipto da empresa têm capacidade de produzir 400 mil toneladas de carvão vegetal por ano e localizam-se nos municípios de Itamarandiba, Capelinha, Veredinha, Turmalina e Minas Novas.