Com o objetivo de auxiliar famílias de baixa renda e alavancar os empregos na construção civil, o governo federal lançou nessa quarta-feira (9) o Cartão Reforma. O programa vai oferecer R$ 5.000, em média, a pessoas que pretendem reformar suas residências. O benefício deve começar a ser concedido em 2017 a famílias com renda bruta de até R$ 1.800 mensais para a compra de materiais de construção.

Segundo o Ministério das Cidades, 7,8 milhões de residências brasileiras precisam ser reformadas, das quais 3,8 milhões pertencem a famílias cujo salário se adequa aos critérios do programa. Para o Orçamento de 2017, estão reservados ao programa R$ 500 milhões.

Durante o lançamento, no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer defendeu a geração de empregos. “Não há outra fórmula de gerar emprego senão incentivar a iniciativa privada. Quando milhares de pessoas vão às lojas de material de construção, elas estão contratando empregados”, afirmou.

O ministro das Cidades, Bruno Araújo, disse que os Estados e municípios serão responsáveis por selecionar as áreas e identificar as famílias que tenham interesse em aderir ao Cartão Reforma.

“O programa vai cuidar de brasileiros que ao longo dos anos conseguiram construir a sua habitação com grande sacrifício, mas são ainda precárias”, comentou.

A contrapartida, de acordo com a pasta, é que os beneficiários sejam responsáveis pela mão de obra, orientados por técnicos oferecidos pelos governos.

“Recebendo 15% dos recursos do programa, os Estados e municípios vão contratar, através da assistência técnica, arquitetos, engenheiros, urbanistas e demais profissionais para auxiliar as famílias”, informou Bruno Araújo. 

Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção, Valter Cover, o setor acumulou alta perda de mercado nos últimos anos. “O programa vai atender um segmento muito relevante da economia, além de ter um forte componente social. Sabemos que para a plena recuperação do setor, não há única ‘bala de prata’. São dezenas de projetos que terão que se consolidar para que possamos retomar o crescimento”, afirmou.

O presidente da Associação Nacional de Comerciantes de Materiais de Construção, Cláudio Elias Conz, destacou a presença, na cerimônia, de cerca de 150 lideranças do comércio e defendeu a importância dos empregos para o setor. “Lata de tinta não é nada sem o pintor”, disse, informando que há 140 mil lojas do ramo no país.

Saiba mais sobre o programa

O governo dará crédito de até R$ 5.000 para famílias com renda de até R$ 1.800 comparem material de construção para reforma;
As localidades nas quais haverá reformas serão escolhidas por Estados e municípios, seguindo critérios do Ministério das Cidades;
O ministério garante que vai oferecer assistência técnica para as obras;
Famílias com deficientes físicos e idosos terão prioridade no atendimento;
Os beneficiários do programa não serão obrigados a comprar os materiais em uma loja específica. Eles poderão escolher o estabelecimento de sua preferência;
O Ministério das Cidades promete aumentar o programa nos próximos anos.

Caixa ainda tem R$ 26,8 bi para financiamento de imóveis

Brasília. A Caixa Econômica Federal reservou R$ 93 bilhões para o crédito habitacional em 2016, dos quais R$ 66,2 bilhões já foram aplicados. A expectativa do banco é aplicar R$ 26,8 bilhões até o fim do ano. Sob o comando de Gilberto Occhi, que assumiu no governo Temer, a Caixa adotou uma série de medidas para incentivar o setor da construção.

Para as famílias, dobrou o limite de financiamento de imóveis de R$ 1,5 milhão para R$ 3 milhões e aumentou o percentual que pode ser financiado, além de ter reduzido os juros – movimento que costuma ser acompanhado pelos concorrentes, já que a Caixa tem 66,9% do mercado. Às construtoras, destinou R$ 10 bilhões ao reabrir uma linha específica e passou a permitir que as operações sejam fechadas com 80% de execução das obras.