Desde as 8 da manhã, dois auditores da Controladoria Geral da União e três agentes da Polícia Federal estão no prédio da prefeitura municipal de Araçuai, no Vale do Jequitinhonha (MG), realizando operação que investiga irregularidades em contratos e convênios da prefeitura com o Instituto Mineiro de Desenvolvimento e Cidadania(IMDC).
O foco da investigação é um convênio de cerca de R$ 1 milhão da prefeitura de Araçuaí, com o IMDC, ligado ao deputado federal Ademir Camilo.
 
Os auditores estão analisando dados contábeis e contratos dos anos de 2009 e 2011, com ajuda de funcionários da Secretaria Municipal da Fazenda e da Arrecadação.
Foi disponibilizada uma sala para os agentes da Polícia Federal que deverão permanecer todo o dia de hoje no prédio.
 
Há notícia  ainda não confirmada sobre a fuga do ex-prefeito de Araçuai, Aécio Jardim que teve prisão decretada, de acordo com informações dos agentes da Polícia Federal. O ex-chefe de gabinete do ex-prefeito, Marcos Vinicius da Silva, também está com prisão decretada. Ele também  está foragido.
 
 A Polícia Federal esteve no apartamento do ex-prefeito na cidade de Salinas e em sua casa em Araçuai.
  A delegada da Polícia Federal, Cynthia Nascimento, não foi encontrada em seu gabinete em Montes Claros para falar sobre o assunto.
Está prevista para as 11 horas  uma coletiva à imprensa em Belo Horizonte, na sede da Polícia Federal.

A operação recebeu o nome de "Esopo", que faz uma referência à expressão "lobo em pele de cordeiro", atribuída ao grego.

A Operação Esopo desarticula organização criminosa em 10 estados e no DF - A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal, Controladoria-Geral da União e Receita Federal do Brasil, deflagrou na manhã de hoje (9/9) a Operação Esopo[1], com o objetivo de desarticular organização criminosa que desviava recursos públicos a partir de fraudes em processos licitatórios, em dez estados e no Distrito Federal.


Policiais federais dão cumprimento a 101 mandados judiciais: 44 mandados de busca e apreensão; 20 mandados de sequestro de valores, bens móveis e imóveis; 25 mandados de prisão temporária; e 12 mandados de condução coercitiva. Esses mandados são cumpridos na OSCIP, em empresas pertencentes ao esquema criminoso, nas sedes das prefeituras de Araçuaí, Coração de Jesus, Januária, São Francisco, São João da Ponte, Taiobeiras e Três Corações, além de um Instituto do Governo de Minas Gerais, um Ministério do Governo Federal e a FIEMG.


A organização criminosa, formada por uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), empresas, pessoas físicas e servidores públicos de alto escalão, além de agentes políticos, fraudava processos licitatórios, direcionando as contratações de atividades diversas à OSCIP, junto a Prefeituras Municipais, a Governos Estaduais e a Ministérios do Governo Federal.
Como funcionava o esquema
 
A organização criminosa, formada pelo IMDC-  uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), empresas, pessoas físicas e servidores públicos de alto escalão, além de agentes políticos, fraudava processos licitatórios, direcionando as contratações de atividades diversas à OSCIP junto a Prefeituras Municipais, Governos Estaduais e Ministérios do Governo Federal.
 
Uma vez firmado o contrato, os serviços eram prestados com valores superfaturados ou sequer eram executados, com repasses milionários às empresas integrantes da Organização, possibilitando o desvio e apropriação de recursos públicos por parte dos dirigentes da OSCIP, com o consequente retorno de parte desses valores a agentes públicos envolvidos em sua liberação.
 
As investigações demonstraram, ainda, que a OSCIP já recebeu, somente nos últimos 05 anos, valores superiores a R$ 400.000.000 (quatrocentos milhões de reais) da Administração Pública Federal, Estadual e Municipal, já tendo atuado em 10 Estados da Federação e no Distrito Federal.
  
Desvio do Projovem
 O Tribunal de Contas da União (TCU) estima em R$ 26 milhões os prejuízos aos cofres públicos referentes a contratos para a execução do Projovem em Minas Gerais que não teriam sido cumpridos pelo Instituto Mineiro de Desenvolvimento e Cidadania (IMDC) em 2008 e 2009.
 
A organização da sociedade civil de interesse público (Oscip), contratada pelo Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene) para implantar o programa no estado, terá de justificar a movimentação dos recursos oriundos do Ministério do Trabalho e Emprego.
 
Caso contrário, terá de devolver o dinheiro ao Tesouro Nacional, conforme acórdão publicado no Diário Oficial da União (DOU). A entidade, presidida por Deivson Oliveira Vidal está na mira também da Advocacia Geral do Estado de Minas Gerais.