Depois de mais de quatro meses de investigação, foi apresentado pela Polícia Civil deIpatinga, nesta quarta-feira (4), o condenado de ser o autor de uma sequencia de roubos e estupros em Ipatinga no ano de 1999.

A polícia contabiliza que Marques Alves dos Santos, de 38 anos, teria cometido cerca de 15 crimes e por alguns deles foi condenado a 29 anos de prisão. Durante o cumprimento da pena, em 2001, ele fugiu do presídio e era considerado procurado deste então.

A operação denominada “Cerco ao Marquês” iniciou as apurações em Ipatinga, mas as investigação apontaram que o suspeito estava vivendo em Salvador, capital baiana. A delegada regional Irene Angélica Franco explica que retomou o caso porque Marquês teria ainda 12 processos tramitando na justiça e consequentemente 12 mandados de prisão.

“A cidade de Ipatinga viveu meses de terror. Marquês atuou de fevereiro a junho de 1999 realizando crimes nos bairros Horto, Cariru e Bela Vista. Além dos boletins de ocorrência que foram registados pela PM, a Polícia Civil acredita que ainda existam cerca de oitos casos, em que as vítimas não quiseram registrar o Boletim de Ocorrência”, conta a delegada.

Maníaco da Bolsa

De acordo com as informações da polícia, na época em que cometia os crimes, Marquês, como ficou conhecido, atacava exclusivamente mulheres e utilizava sempre da força física e armas brancas para agredir e roubar objetos de valor das vítimas. Segundo Irene, o acusado ficou conhecido como “Maníaco da Bolsa”, já que levava consigo as bolsas das jovens e  as guardava como troféu.

“Quando ele foi detido em 1999, pela então delegada Vera Almeida, a polícia realizou sua prisão em seu local de trabalho. Ao chegar na empresa a PC abriu seu armário pessoal e encontrou diversas bolsas das vítimas que eram guardadas pelo maníaco. Na época as mulheres reconheceram o objeto como seus pertences.

Entre as vítimas de roubo estão uma promotora de justiça e uma adolescente que foi violentada dentro da própria casa.O pai de uma das vítimas estupradas esteve presente nesta quarta-feira, durante a apresentação do autor. Ele conversou com a imprensa mas pediu para não ser identificado. Segundo ele sua família ainda sofre muito com o ocorrido.

“Passados mais de 12 anos e o estupro de minha filha, que na época tinha apenas 14 anos deixou muitas marcas. Em 1999 eu tive o prazer de acompanhar sua prisão e infelizmente também tiver que receber a notícia de que ele havia fugido. Agora com ele preso novamente  fico mais aliviado. Se eu pudesse ter a oportunidade de encontrar com ele não falaria nada, acredito que agiria”, relata o pai da vítima.

Apurações

As investigações realizadas pela Inspetoria da 1ª Delegacia Regional da Polícia Civil de Ipatinga e comandadas diretamente pela Delegada Regional Irene Franco, apuraram que Marquês estava em Salvador, onde constituiu família e trabalhava fichado com o nome falso de Vinícius Marcos da Silva.

 

Uma equipe de Policiais Civis foi designada pela Delegada Regional e comandada pelo Delegado Gilmaro Alves, para Salvador/BA, e após quatro dias de intenso trabalho, foi feita a localização e prisão de Marques.

A Polícia Civil do Estado da Bahia acompanhou as buscas para localizar o foragido e após saber da investigação realizada pela Delegacia Regional de Ipatinga descobriu que seria o mesmo que teria praticado um roubo em Salvador.

Em seu depoimento, Marques admitiu estar vivendo normalmente na Bahia utilizando um nome falso, após fugir da cadeia de Timóteo. Ele confessou todos os crimes que ocorreram em Ipatinga. O acusado está recolhido no Ceresp de Ipatinga.

Entenda o caso

Marques foi o maior estuprador em série da história de Ipatinga. Possui doze mandados de prisão em aberto proveniente de doze processos diferentes e uma condenação pelo crime de estupro a uma pena de nove anos e quatro meses. Em sua ficha criminal ele também já foi condenado por outros crimes o que soma já soma um total de pena de 29 anos.

A polícia estima que se o autor for julgado e condenado por todos os crimes registrados, pode ser apenado com até 120 anos de prisão. Marquês, também era o foragido com maior número de processos por crimes graves em curso pela comarca de Ipatinga.

Fonte: Patrícia Belo, Do G1 dos Vales de Minas Gerais