Aproximadamente 200 sem-terras fazem uma manifestação, na manhã desta terça-feira (20). O ato começou no Anel Rodoviário, na altura do viaduto São Francisco, na região da Pampulha, em Belo Horizonte.

Os manifestantes cobram justiça no caso da Chacina de Felisburgo, que aconteceu no Vale do Jequitinhonha em novembro de 2004.

O julgamento acontece nesta quarta-feira (21), às 8h30, no Fórum Lafaiete. Os sem-terras estão no local, no Barro Preto, na região Centro-Sul da capital e depois seguem para a praça da Assembleia, no bairro Santo Agostinho.

De acordo com a BHTrans, o protesto ocupa uma faixa do encontro do Anel com a avenida Antônio Carlos, no sentido centro. O grupo ameaça fechar todas as faixas da pista exclusiva para ônibus. A Guarda Municipal acompanha a manifestação.

Caso

Quatro pessoas são suspeitas de invadir o acampamento Terra Prometida, instalado na fazenda Nova Alegria, e atirar em homens, mulheres e crianças. Outras 12 pessoas ficaram feridas na ação, que ainda incluiu o incêndio de 27 casas e da escola do acampamento.

De acordo com o Ministério Público, o fazendeiro Adriano Chafik Luedy e Washigton Agostinho da Silva comandaram  o ataque.

Integrantes do MST invadiram a fazenda, ao saberem que se tratava de terras devolutas (propriedades públicas que nunca pertenceram a um particular, mesmo estando ocupadas).

Adriano entrou com ação de reintegração de posse, mas acabou perdendo e as terras foram demarcadas em favor dos assentados.

 

Inconformado com a derrota jurídica, ele reuniu 14 homens, que passaram a ameaçar os assentados, até que, em novembro, ordenou e liderou o ataque ao acampamento.

Ele próprio teria conduzido parte do grupo para o local.