A história do Guaranilândia está vinculada à história da cidade de Jequitinhonha. O município, às margens do rio Jequitinhonha, é testemunha de uma época em que a riqueza brotava dos chãos das Minas Gerais – sua fundação se deu em 29 de setembro de 1811, a partir de uma povoação que se constituiu em torno do acampamento militar da sétima divisão, instalado por um alferes gaúcho, de nome Julião Fernandes Leão, por determinação da coroa portuguesa, com a finalidade de civilizar índios, proteger os colonos e guarnecer o rio que era considerado diamantífero. 

Essa foi a mais antiga povoação que cresceu às margens do baixo Jequitinhonha em território mineiro. Sua origem está ligada à fiscalização do rio contra o contrabando, entretanto, seu desenvolvimento, assim como o de toda a região do baixo Jequitinhonha está ligado à expansão da pecuária. A partir de Jequitinhonha, o alferes Julião Fernandes ampliou sua área de influência, abrindo estradas na região e “civilizando” indígenas.

As atuais cidades de Joaíma, Itinga, Almenara e Salto da Divisa se formaram a partir do seu pioneirismo, bem como os inúmeros povoados existentes na região, como é o caso de Guaranilândia, atual distrito da cidade de Jequitinhonha. 

O povoado foi importante ponte de parada do século XIX, onde pernoitavam navegadores e tropeiros que carregavam grandes rebanhos de gado para comércio e corte, realizando a ligação entre o alto-médio Jequitinhonha, norte de Minas e o litoral. Guaranilândia conhecido popularmente como “Guarani”, também se situa às margens do rio Jequitinhonha, a 30 km da sede do município. 

O distrito abriga ruas sinuosas, casas de pequeno porte, algumas de pau a pique e algumas construções modernas. As principais atividades econômicas são a pecuária e a agricultura de subsistência, com produção de mandioca e milho. 

A maior parte da produção é usada para consumo interno e o pequeno excedente é comercializado na região, principalmente em Almenara, cidade pólo que fica a 19 km do distrito. Possui cerca de 1.200 habitantes, divididos entre pequenos produtores rurais, aposentados e funcionários públicos.