Dilma assina ordem de serviço para duplicação e melhorias da BR-381
Presidente criticou demora de 23 anos para duplicação da rodovia, sem mencionar, no entanto que, nesse período PSDB governou o País por 8 anos e o PT, por 12
Ao assinar ordens de serviço para duplicação e melhorias da BR-381 em Ipatinga, na tarde desta segunda-feira (12), a presidente Dilma Rousseff fez uma crítica velada aos tucanos, mas atingiu de forma indireta sua própria gestão e a do seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. A petista disse que “um país não pode esperar 23 anos para fazer uma rodovia”, sem levar em conta que, nesse período, o Brasil foi governado durante 8 anos pelo PSDB e vai completar 12 sob gestão do PT.
Dilma autorizou o início dos serviços dos primeiros cinco dos sete lotes já licitados para duplicação e melhorias do trecho de 303 quilômetros da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares. Na solenidade, a presidente citou o discurso anterior de um padre, que há 23 anos perdeu os pais em um acidente na rodovia. “Um país não pode esperar 23 anos para fazer uma rodovia, principalmente pela dupla importância da rodovia: a primeira, pela preservação das vidas humanas, pois as rodovias têm de ser da vida, e não da morte. Outra é pela importância do Vale do Aço. Aqui foi onde a indústria pesada brasileira começou”, afirmou Dilma. “Essa rodovia não podia de fato esperar 23 anos. Mas, num período desse, não se fazia projetos no Brasil, tampouco se investia em rodovias.”
Dilma citou os R$ 8 bilhões de investimento do governo federal em rodovias no Estado e citou Lula. “Nunca, como dizia o presidente Lula, nunca antes na história se colocou tanto dinheiro em rodovias”, afirmou. “Aqueles que criticam agora, nos oito ou dez anos que estiveram à frente do País, não fizeram a rodovia”, completou Dilma, referindo-se ao período de governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Dilma avaliou que a maior importância das obras da BR-381 é garantir a qualidade de vida com empregos e citou o custo total de R$ 2,5 bilhões nas obras da rodovia e, novamente, rebateu as críticas dos adversários, feitas após vários anúncios, sem sucesso, do início da duplicação e das melhorias da rodovia. “No passado, pensamos em colocar esse trecho em concessão em 2011. Por que o governo recuou dessas propostas e foi refazê-la por meio do sistema de obras públicas? Porque pelo trecho de duplicação teríamos tarifa de pedágio muito alta e mudamos para obra pública, e isso explica o ano de atraso”, disse. “As promessas que fiz eu vou cumprir.”
No trecho anunciado ontem será investido R$ 1,33 bilhão, em 200 quilômetros, e o prazo de término da obra é de quatro anos. Outros quatro lotes ainda estão em fase de negociação com as empresas participantes do processo.