A retomada à Presidência da República por Luís Inácio Lula da Silva significou um aceno de esperança para muitos grupos sociais excluídos. E um deles, sem dúvidas, são os povos originários. E, dentre eles, além dos indígenas, têm-se os quilombolas. Em recente reunião da 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP 27), Lula e Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, firmaram, com o movimento negro, a importância da titulação das terras quilombolas.

"Se a gente não fizer agora com rapidez o reconhecimento dos quilombos brasileiros, o processo demora muito. A burocracia não permite que as coisas que parecem fáceis, sejam fáceis. Então eu voltei com a disposição de fazer o que eu não fiz da outra vez”, ressaltou o presidente.

A hora é agora

Dá-se, portanto, que agora é a hora dos Poderes de Almenara cobrarem a titulação do território quilombola, que soma 3.075.106 hectares de terra localizados na fazenda Maroba e no Feijoal, nas margens esquerda e direita do rio Jequitinhonha, respectivamente, e que pertence a 79 famílias desde 1870. A terra dos Marobá dos Teixeiras foi certificada como remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares em 2009 e pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O reconhecimento é um requisito para a regularização fundiária.

Mas a parte do Feijoal ainda carece até mesmo da certificação e reconhecimento. Quiçá, ambas, da titularização.  

Coronelismo atual

É difícil de acreditar que em pleno ano de 2017, os afrodescendentes ainda sofreram as mesmas agressões que os seus antepassados. Os coronéis que expropriaram as terras nas décadas de 1930 e mantêm até hoje a parte do Feijoal, de forma covarde, atentaram contra a vida das lideranças da comunidade, a fim de amedrontar os quilombolas e, colocando-os sob a doutrina do medo, enfraquecer a luta pela terra antes usurpada.

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Demandas

Hoje os quilombolas aguardam a titulação final do território e o reassentamento de famílias que estão em suas terras, nomeadamente posseiros e um acampamento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que aguarda o assentamento pelo Incra. A convivência com essas comunidades é harmônica e não há disputa entre eles, colaboram na subsistência e na resistência aos coronéis.

Fica a carência por representantes que tomem a frente da situação e, junto aos povos tradicionais, clamem a Lula para que todas as famílias tenham em mãos seus merecidos e históricos títulos de terra.

 

Mariana Starling – Jornalista Profissional – MG 09777 JP

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