Um jovem estudante da escola Joel Mares foi encontrado morto dentro de casa no bairro Darwin Cordeiro na tarde desta quarta-feira, 20 de junho. Pablo, de 16 anos, estava enforcado e dependurado por uma corda no quarto onde dormia.

Tudo indica que o jovem teria comedido suicido, já que ninguém relatou barulhou ou tentativa se arrombamento na casa.  Uma bíblia foi encontrada próximo ao corpo do jovem.

A Polícia Militar investiga o caso e as causas da fatalidade.

Alerta:

De assunto mantido entre quatro paredes o tema de série na internet, o suicídio de jovens cresce de modo lento, mas constante no Brasil: dados ainda inéditos mostram que, em 12 anos, a taxa de suicídios na população de 15 a 29 anos subiu de 5,1 por 100 mil habitantes em 2002 para 5,6 em 2018 - um aumento de quase 10%.

Os números obtidos com exclusividade pelo Diário do Jequi são do Mapa da Violência 2017, estudo publicado anualmente a partir de dados oficiais do Sistema de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde.

Um olhar atento diante de uma série histórica mais longa de dados permite ver que o fenômeno não é recente nem isolado em relação ao que acontece com a população brasileira. Em 1980, a taxa de suicídios na faixa etária de 15 a 29 anos era de 4,4 por 100 mil habitantes; chegou a 4,1 em 1990 e a 4,5 em 2000. Assim, entre 1980 a 2014, houve um crescimento de 27,2%.

Criador do Mapa da Violência, o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz destaca que o suicídio também cresce no conjunto da população brasileira. A taxa aumentou 60% desde 1980.

Em números absolutos, foram 2.898 suicídios de jovens de 15 a 29 anos em 2016, um dado que costuma desaparecer diante da estatística dos homicídios na mesma faixa etária, cerca de 30 mil.

"É como se os suicídios se tornassem invisíveis, por serem um tabu sobre o qual mantemos silêncio. Os homicídios são uma epidemia. Mas os suicídios também merecem atenção porque alertam para um sofrimento imenso, que faz o jovem tirar a própria vida", alerta Waiselfisz, coordenador da Área de Estudos da Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso).

O sociólogo aponta Estados do Centro-Oeste e Norte em que a taxa de suicídio de jovens é maior, num fenômeno que os especialistas costumam associar aos suicídios entre indígenas: Mato Grosso do Sul (13,6) e Amazonas (11,9).

Na faixa etária de 15 a 29 anos, a taxa de suicídio tem se mantido sempre um pouco acima da verificada na população brasileira como um todo, segundo a publicação "Os Jovens do Brasil", lançada por Waiselfisz em 2016, com um capítulo sobre o tema.