Um grupo de manifestantes fez um protesto em frente ao Museu de Arte Moderna de São Paulo na tarde desta sexta-feira (29) depois que uma menina, acompanhada de sua mãe, ser filmada tocando no pé do artista fluminense Wagner Schwartz que se apresentou nu.

Mulheres levaram cartazes com frases como "pedofilia é crime" e "contra a pedofilia e a erotização infantil". A Guarda Civil Metropolitana e a segurança do museu foram acionadas.

A apresentação do artista Wagner Schwartz ocorreu somente na terça-feira (26), na estreia do 35º Panorama de arte Brasileira, tradicional exposição bienal que aborda a arte no país e propõe reflexão sobre a identidade brasileira. Segundo o MAM, o evento era aberto a visitantes que estivessem no local. O museu também informou que havia sinalização sobre a nudez na sala onde a performance ocorria.

A performance chamada “La Bête” foi inspirada em um trabalho de Lygia Clark. “Bichos” é considerada a obra viva da artista, pois sua intenção era de que a arte ultrapassasse os limites da superfície de um quadro. A série de esculturas com dobradiças permite que o espectador se torne figura atuante na obra, e foram construídas com formas geométricas para que não se parecessem animais, mas que permitissem uma visão livre do que a peça representava.

Reação

 

O MBL divulgou um vídeo nas redes sociais em que chama a apresentação de “repugnante”, “inaceitável”, “erotização infantil”, “afronta”, “crime”, e afirma que a criança “se sentiu constrangida”. O grupo acrescenta que o vereador Fernando Holiday (DEM) vai “tomar as providências sobre o caso da criança induzida a ato libidinoso”.

O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) chamou os envolvidos de "canalhas" e categorizou a atividade como "pedofilia". O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) considerou as cenas "revoltantes" e os envolvidos "destruidores da família".

Em nota (veja a íntegra ao final da reportagem), o MAM informou que a sala estava "devidamente sinalizada sobre o teor da apresentação, incluindo a nudez artística". O museu também afirmou que “o trabalho não tem conteúdo erótico e trata-se de uma leitura interpretativa da obra Bicho, de Lygia Clark”.

 
"Importante ressaltar que o material apresentado nas plataformas digitais não apresenta este contexto e não informa que a criança que aparece no vídeo estava acompanhada e supervisionada por sua mãe", diz a nota

Aspecto jurídico