A Polícia Federal apreendeu meia tonelada de cocaína nesta segunda-feira (25) em Cachoeiro de Itapemirim. A droga estava escondida dentro de um bloco de mármore que seria exportado para a Europa. Outros três blocos também foram apreendidos, mas a polícia ainda não sabe se há cocaína escondido dentro dessas pedras.
 
Segundo o delegado chefe da Delegacia de Repressão a Drogas da Polícia Federal, Leonardo Damasceno, as investigações apontam que o grupo tenha feito, ao todo, 56 carregamentos para o exterior e que é possível que mais de 200 blocos de mármore tenham sido levados para fora do país.
 
Seis pessoas que faziam parte da organização criminosa foram presas. Três delas foram detidas no Espírito Santo: um contador, um ‘laranja’ que possuía empresas de fachada para lavar o dinheiro e o pai do líder da quadrilha, que gerenciava os negócios no Estado. Também foram presos um despachante aduaneiro, no Rio de Janeiro, e o líder da organização criminosa junto com a irmã dele, no Rio Grande do Sul.
 
A droga era colocada dentro dos blocos de mármore e exportada para a Europa, principalmente para a Bélgica. Segundo o delegado chefe da Delegacia de Repressão a Drogas da Polícia Federal, Leonardo Damasceno, em geral, os blocos saíam do Porto de Vitória, seguiam para Santos, no litoral de São Paulo, de onde eram levados para o continente europeu.
 
A Polícia Federal acredita que os criminosos traficava drogas desta maneira pelo menos desde 2014. O delegado Leonardo Damasceno diz que ainda não se pode estimar qual a quantidade de dinheiro movimentada pela organização, mas afirma que certamente os valores são altíssimos.
 
“Eles tiveram uma grande lucratividade com essa exportação de blocos de granito com cocaína. Em um período muito curto, eles adquiriram muitos imóveis de alto padrão, inclusive no Espírito Santo, veículos de luxo, empresas, lotéricas, cavalos de raça. Enfim, levavam uma qualidade de vida compatível com o que tinham de rendimentos.”
 
Em abril do ano passado, foram apreendidas duas toneladas e meia de cocaína dentro de blocos de mármore na Bélgica. Isso fez com que a quadrilha interrompesse as atividades no Espírito Santo e o líder abandonasse o país, segundo Leonardo Damasceno. No entanto, em abril deste ano, ele retornou ao país e o tráfico foi retomado.
 
De acordo com o delegado, a Polícia Federal acredita que o grupo tenha ligação com organizações criminosas de fora do país, provavelmente do México, por conta das características da droga encontrada em Cachoeiro de Itapemirim.