LLANDUDNO, PAÍS DE GALES. O planeta Terra pode entrar em uma pequena era glacial a partir de 2030, segundo cientistas do Reino Unido. Atualmente, os astrônomos conseguem prever os ciclos do Sol com uma precisão muito maior do que era possível algumas décadas atrás, segundo a agência O Globo.

E, agora, um novo modelo de previsão da atividade solar, apresentado pela professora Valentina Zharkova na semana passada, durante o Encontro Nacional da Real Sociedade de Astronomia em Llandudno, no País de Gales, indica uma forte queda nessa atividade nos anos 2030, provocando um moderado resfriamento da Terra.

As condições previstas pelo novo modelo não são experimentadas pela Terra desde a última “miniera glacial”, registrada entre 1645 e 1715 e que ganhou o apelido de “Mínimo de Maunder”, um período em que as temperaturas ficaram abaixo da média em toda a Europa.

Em 1843, os cientistas descobriram que a atividade do Sol varia em ciclos de 10 a 12 anos entre seus picos de atividade mínima e máxima. As flutuações no total de radiação solar recebida pela Terra dentro deste período, no entanto, são difíceis de se prever. Os cientistas acreditam que essas variações sejam causadas pelo efeito de dínamo gerado pelo constante movimento dos fluidos próximo ao núcleo do Sol.

A equipe liderada pela professora Valentina percebeu, porém, que, ao adicionar um segundo dínamo alimentado pelo movimentos dos fluidos mais próximo à superfície do astro, aumenta-se a precisão dos modelos de previsão do comportamento solar.

“Encontramos componentes de ondas magnéticas originando-se em duas camadas diferentes no interior do Sol. Ambas tem uma frequência de aproximadamente 11 anos, embora elas sejam sutilmente diferentes”, diz Valentina.

“Ao longo desses ciclos, essas ondas flutuam entre os hemisférios Sul e Norte do Sol. Combinando essas duas ondas e comparando com dados reais do atual ciclo solar, mostramos que nossas previsões têm uma precisão de 97%”, afirma.