A menina resolveu escrever a carta depois que ouviu uma conversa de familiares falando sobre abuso sexual de crianças e adolescentes. A garota ouviu a conversa há cerca de 3 semanas e depois da data, segundo a mãe, a filha começou a agir estranho. Na semana passada a garota chamou a mãe para conversar e disse que tinha que contar “uma coisa” para ela, mas que não queria ser xingada. Desconfiada e sem saber do que se tratava, a mãe disse que não xingaria a menina. A vítima então entregou a carta em que contava os abusos sofridos pelo tio.

Na carta ela escreveu que estava brincando de esconde-esconde com o tio e uma prima e que ela se escondeu embaixo de um cobertor. O suspeito entrou junto com ela, passou a mão em seu corpo e tentou manter relações sexuais com ela. No texto da carta, ela conta que não deixou que ele fizesse concretizasse o ato, deu chutes nele e saiu correndo.

Segundo a Polícia Militar, a tentativa de estupro teria ocorrido em 2015, quando a menina tinha 8 anos e ia frequentemente na casa do tio para brincar com os primos. Depois de entregar a carta com o relato, e em conversa com a mãe, a menina contou que o tio tentou abusar dela novamente, há cerca de duas semanas, na casa dele. A criança contou que o suspeito a agarrou pelas costas e apalpou seus seios, mas ela conseguiu correr novamente.

Após as denúncias da menina, a mãe disse ter ficado muito assustada e não levou mais a criança na casa do tio. Ela pegou a filha e foi a um psicólogo, para quem a menina contou a mesma história que escreveu na carta e que disse para a mãe. As duas foram então até a Polícia Militar para registrar a ocorrência e a menina também relatou a mesma história.

A mãe contou que desde quando a menina ouviu a conversa dos familiares sobre abuso sexual ela começou a não querer ir para a casa do tio, a ter um comportamento agressivo, a ter problemas na escola e a chorar compulsivamente, mas a mãe não sabia o que estava acontecendo. O tio é irmão da mãe da criança.

Como os fatos ocorreram em 2015 e há duas semanas, o caso não dava flagrante, segundo a Polícia Militar, e por isso o suspeito não foi preso. A Polícia Civil vai abrir inquérito para investigar o caso. Segundo a corporação, a criança e o suspeito serão ouvidos nos próximos dias.