A Secretaria afirmou que os números referentes ao mês de dezembro de 2016, e dos primeiros meses deste ano, estão sendo compilados e, por isso, ainda não foram divulgados.

Mesmo sem os dados oficiais, os moradores afirmam ter uma sensação de que os furtos se tornaram ainda mais frequentes no município. A cabeleireira Fátima Gomes dos Santos mora no Bairro Novo Paraíso e teve a casa invadida por criminosos três vezes; a última há duas semanas. “Aqui tínhamos um muro padrão, com 2,70 metros. Entraram a primeira vez, aumentamos e ficou com mais de três metros, mas entraram novamente. E agora, na última vez, roubaram minha gatinha, que estava comigo há mais de um ano”.

A cabeleireira diz que o temor em ter a casa invadida novamente fez com que a família investisse ainda mais na segurança do imóvel. “Tivemos que colocar cerca elétrica. O gasto foi mais de R$ 3 mil. Nós nem podíamos, mas colocamos e parcelamos em várias vezes para nossa segurança”.

Na mesma rua da cabeleireira, a Glauber Rocha, não é difícil encontrar outras pessoas que também tiveram a casa invadida em ação criminosa. É o caso de uma dona de casa, que não quis se identificar. Ela teve vários eletrodomésticos e eletrônicos levados pelos bandidos. “Saltaram o muro e arrombaram a janela do banheiro para ter acesso à casa. Levaram muita coisa; botijão de gás, televisão, ventiladores, ferro elétrico, ferramentas. Na fuga deixaram pelo caminho um ventilador”.

A dona de casa explicou ainda que o medo de novos furtos fez com ela investisse em segurança. “No dia seguinte colocamos tudo que podia; câmera de vigilância, cerca elétrica, tudo que é de segurança nós vamos colocar. Não dá para trabalhar e dar para bandido”.

Apesar dos relatos dos moradores, a Polícia Militar afirma que o Bairro Alto Paraíso não é considerado uma área com alto índice criminal. “Diante das estatísticas da PM, o bairro não é considerado como zona quente de criminalidade, é um bairro novo está sendo povoado por agora. Solicitamos a todos os moradores que procurem a Polícia Militar para registrar o boletim de ocorrência sobre os fatos criminosos relacionados ao bairro. Os moradores também podem solicitar reuniões para discutir meios que promovam a segurança pública”, diz o sargento Ernani Martins Gomes.

Rua Glauber Rocha, em Araçuaí (Foto: Patrícia Silva Pereira Martins/Reprodução G1)