O hospital admitiu a falta de pagamento e culpou a Secretaria de Estado da Saúde pelo atraso no repasse de R$ 100 mil, referente ao programa Urgência e Emergência. Cada plantão custa em média R$ 600.

“Temos despesas, contas a pagar e ficar três meses sem receber é um absurdo. Se a situação não se resolver, vamos parar o atendimento”, desabafou um clínico que pediu para não ser identificado.

Em nota, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) esclarece que o Hospital São Vicente é beneficiário do Programa Rede de Resposta, fazendo jus ao valor mensal de R$100 mil reais. O último repasse ocorreu no dia 27 de dezembro e foi relativo à competência de novembro de 2016. “Os pagamentos das competências de dezembro de 2016 e janeiro de 2017 já foram solicitados e aguardam disponibilidade financeira para serem efetivados”, finaliza a nota.

O governo estadual não informou as razões para o atraso no pagamento das verbas, mas disse que garantirá o cumprimento da emenda 29, que garante a aplicação crescente em ações e serviços públicos de saúde.

A Rede de Urgência e Emergência foi implantada em todo o Estado com o objetivo de repassar recursos do Estado para auxiliar no financiamento da assistência definida, em especial nas entidades filantrópicas, como o hospital de Araçuaí.

Para muitos estabelecimentos de saúde, em especial os filantrópicos que aderiram ao programa o recurso é, muitas vezes, a única fonte de receita para a manutenção de serviços.

“O atraso reiterado no repasse financeiro arruína qualquer programação financeira dos hospitais, além, é claro, de gerar um clima de insegurança nos profissionais médicos, cujos valores dos plantões são oriundos diretamente dos recursos da rede e, nos municípios menores é a única fonte de receita disponível para empregar no custeio da rede”, destacou. Francisco de Assis Figueiredo, Presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais.