O comandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Marco Antônio Badaró Bianchini, pediu ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), para ser retirado do cargo máximo da corporação. A informação foi confirmada oficialmente. Em carta, o policial alegou "motivos pessoais" para a saída e disse ter tomado a decisão depois de conversas familiares. A troca de comando ainda deve ser oficializada. Não há data para o ato.

O atual comandante tomou posse logo que Pimentel assumiu o governo do Estado, em janeiro de 2015. No período, Bianchini completou 30 anos de trabalhos prestados frente à PM, mas, mesmo assim, preferiu permanecer no cargo.

O coronel Helbert Figueiró de Lourdes, atual chefe do gabinete militar do governador e coordenador estadual de Defesa Civil, é cotado para assumir o cargo deixado por Marco Antônio Badaró Bianchini. A proximidade de Figueiró com Pimentel vem de longa data. Entre 2001 e 2008, ele trabalhou como ajudante de ordens do então prefeito de Belo Horizonte.

De acordo com o subtenente Gonzaga, deputado federal pelo PDT e ex-presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra-MG), a decisão de Bianchini respeitou a "sucessão natural" de cargos dentro da corporação.

"Pelo o que venho acompanhando e conheço dos bastidores da PM, o que aconteceu está dentro da lógica de sucessão entre oficiais e coronéis. É um valor muito cultivado dentro da corporação em Minas. É como se fosse uma regra para que todos tenham espaço no comando", explicou.

Para Gonzaga, a postura de Bianchini respeitou os princípios internos da PM, pois o comandante-geral estava há dois anos no cargo, mas poderia continuar no posto até o fim do governo de Fernando Pimentel. "Se ele continuasse no cargo, e pela lei ele poderia, estaria anulando uma sucessão no comando em um mesmo governo. Então essa troca está dentro da naturalidade", completou.

O Tempo tentou contato com o coronel Bianchini, mas ele ainda não respondeu às tentativas de entrevista.