A vitória do novo presidente dos Estados Unidos Donald Trump deixou famílias preocupadas em Governador Valadares, no Leste de Minas. O presidente eleito deixou claro durante a campanha que se fosse escolhido para ocupar a Casa Branca deportaria todos os imigrantes ilegais. Calcula-se que mais 11 milhões de pessoas vivem de forma ilegal no país. De acordo com o especialista em direito internacional Fabiano Leitoguinho, mais de 50 mil valadarenses moram nos EUA.

Keila Oriol da Silva, de 45 anos, vive em Valadares com os filhos e o marido, Luiz da Silva, 50, mora nos Estados Unidos há 16 anos; toda a renda da família vem do país.

Keila conta que o marido se arriscou a atravessar a fronteira do México porque sempre sonhou em morar nos Estados Unidos. Na época, ele foi sozinho, deixando ela e os dois filhos que tinham 6 e 8 anos. Hoje ele trabalha no ramo da construção civil, mora no norte do país, em  Nashua, no estado de New Hampshire, e tem permissão de trabalho.

Keila acreditava na legalização do esposo, caso a democrata Hillary Clinton fosse eleita. "Meu marido não quer vir embora porque nós dependemos da renda dele para vivermos aqui. Ele paga todas as despesas da casa, além de escola particular e faculdade para meu filho. Estávamos torcendo pela Hillary, pois ela manteria os decretos do presidente Barack Obama, que regularizaram de forma temporária a residência de milhares de imigrantes. Além do mais, acreditávamos que ela criaria novas leis que permitiriam a legalização de uma forma mais rápida”, disse.

O fluxo migratório começou na segunda metade da década de 1980. "Muitas pessoas se aventuram nessa ida aos EUA. A grande maioria que está lá remete recursos para o Brasil e refazem a vida aqui. Essa rigidez que o Trump está prometendo vai impactar diretamente na economia da região”, diz Fabiano Leitoguinho.