Em meio a tantas dificuldades, homens e mulheres do vale do Jequitinhonha se destacam no campo das artes.

Um dos exemplos é o da artesã Lira Marques, de 70 anos, que começou a se interessar por argila e cerâmica ainda criança, vendo a mãe confeccionar presépios natalinos. Embora, no começo, restritas apenas ao Vale, as esculturas de Lira começaram a ganhar o Brasil e o mundo, tendo sido adquiridas por colecionadores da Alemanha, Bélgica, Holanda e Itália, além de já terem sido expostas na Áustria e nos Estados Unidos.

Agora, as obras dela e de outros artesãos do Vale do Jequitinhonha estão fazendo parte da exposição fotográfica “Do Pó da Terra”, do paulistano Mauricio Nahas, que se iniciou no dia 13 de novembro no Museu Afro Brasil, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, e se encerrará no dia 03 de janeiro. A mostra, que reúne 50 imagens em preto e branco, tem como foco as pessoas –a maioria, mulheres– por trás de cada trabalho, além das paisagens regionais.

Outro destaque da região é o de Amaury Ferreira, de 43 anos, artesão e produtor cultural. Morador da cidade de Minas Novas, ele começou modelando pequenos objetos com Durepóxi, mas diz que, quando descobriu o barro, expandiu ainda mais seus negócios. Ele, que também está retratado na exposição de nahas, garante já ter vendido suas obras para vários turistas franceses e italianos.

Estes dois exemplos, entre tantos outros, demonstram o potencial cultural e artístico do vale do Jequitinhonha, potencial este que não tem sido valorizado como se deve nem incentivado.