Nesta terça-feira (29), a espera pela reforma da ponte sobre o córrego Rubim do Sul ganhou mais um capítulo. Pela manhã, um pedaço da estrutura de madeira, que liga o município de Almenara a Jacinto, caiu, isolando quase todas as cidades do Baixo Jequitinhonha. Já no final da tarde, após moradores atearem fogo ao trecho, a ponte caiu por completo.

Os municípios de Jacinto, Santa Maria do Salto, Santo Antônio do Jacinto e Salto da Divisa se encontram ilhados, pois a balsa não pode ser usada devido ao volume baixo do rio. A população já havia alertado sobre a possibilidade, uma vez que a ponte localizada na BR 367 já apresentava falhas que ameaçam a segurança de quem passa por lá.

A ponte de madeira, que é extremamente necessária à integração dos municípios, foi construída há mais de vinte anos e aguarda uma reforma que vem sendo protelada mesmo após a regularização da documentação.

 O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) liberou R$900 mil para a realização de uma reforma na ponte que deveria ter iniciado dois meses atrás. Os impasses sobre a decisão são muitos: em primeiro lugar, a reforma de uma ponte de madeira, já debilitada pelo abatimento no solo, tacos soltos, fungos e inclinação nos pilares, não deveria ser reformada, mas reconstruída.

 O outro problema é o fato da reforma, mesmo depois de ter sido autorizada pelo órgão responsável, não ter iniciado até hoje. As obram deveriam ter iniciado em junho, mas desde a divulgação da data, nenhuma outra informação foi dada ao povo.

 Em julho deste ano, o DNIT divulgou o contrato de prestação de serviços para a recuperação da ponte. Enquanto o processo de contratação continua em andamento e a recuperação da ponte não começa, os moradores da região que precisam transitar pela mesma ainda sofrem com a falta de estrutura.

 Para os moradores da região, a decisão de reforma não contempla suas demandas. Eles cobram a construção de outra ponte, de concreto, e consideram um absurdo a existência de uma ponte de madeira numa rodovia tão importante quanto a 367.

 Em protesto pela situação, motoristas atearam fogo em trecho da via. O estado calamitoso no qual se encontra a ponte, localizada no km 65, denuncia a indiferença do poder público à situação de uma população abandonada à sua conta e risco. O atraso revela o descaso com as comunidades que dependem da via para se conectar com o resto do Estado.

 Enquanto isso, a comunidade sofre com o descaso e a insegurança da estrutura, que está enfraquecida e representa risco de morte para os carros e transeuntes. O tráfego ali é intenso e a possibilidade de ocorrer uma tragédia é grande -- não só pela iminência de acidentes mas também pelo fato de que, se interditada, a ponte dificultará o atendimento médico à população, que constantemente precisa se deslocar em um busca de tratamento especializado.