Dizer que o Brasil tem a água e a luz mais caras do mundo é a pura verdade. É o que poderia chamar-se de um assalto aos consumidores que são obrigados a pagar pelos aumentos constantes, abusivos, absurdos e extorsivos.

Pergunta-se onde estão os nossos representantes que não movem uma "palha" para nos defender. Pelo contrário, eles assistem de camarote a violenta sangria econômica,naturalmente achando que qualquer protesto contra o abuso intolerável seria clamarno deserto, esquecendo-se que também são vitimas. 

Em contrapartida não se percebe nenhuma melhoria no atendimento às vitimas, da exploração ignóbil. Tudo continua do mesmo jeito ou pior ainda.

Para enfiarem, sem dó, a mão no bolso dos consumidores, alegam a falta de chuva quetem levado as represas que movem as hidrelétricas ao colapso e o desperdício deágua e luz por grande parte dos usuários.

De fato as bruscas mudanças climáticas e os ataques brutais à natureza têm contribuído muito com tudo isto que aí está, levando-se em conta o desperdício de água e luz que ainda se verifica em muitos lares.

Tem gente que entra num banheiro e parece que não vai sair mais nunca. Abre o chuveiro e dispara uma cantoria que parece não ter fim. 

Outros paradarem uma simples descarga, após usar um vaso sanitário, não têm o menor senso de economia. Logicamente acha um barato o barulho da água encanada na evacuação dos dejetos. Quando a conta chega depois, é um deus-nos-acuda. Virgem Maria.

Estas sim, são incongruências que pesam nas contas da água e da luz, puxando os preços astronomicamente para cima num piscar e abrir de olhos. Esquecem que economizarnos momentos críticos por que passamos é mais do que necessário. É obrigação.

Sinceramente,nestes dias tormentosos de roubalheira, de desemprego em massa e as tarifas deágua e luz subindo sem parar, está extremamente difícil as famílias carentes contarem com estes dois bens de consumo indispensáveis em suas humildes residências.

De forma que não seria surpresa para ninguém a volta dos velhos candeeiros à querosene e dos lampiões à gás que um dia, no passado iluminaram tanto as nossas noites eque hoje estão relegados ao mais completo esquecimento.

*Sebastião Lobo é jornalista, advogado, escritor, colunista do Diário do Jequi, autor de vários livros e membro da Academia de Letras de Teófilo Otoni