GOVERNADOR VALADARES -

O 1º de outubro foi instituído como o Dia Internacional do Idoso, em 1991, pela Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é sensibilizar a sociedade para as questões do envelhecimento e da necessidade de proteger e cuidar da população mais idosa. A mensagem do dia é passar mais carinho aos idosos, muitas vezes esquecidos pela sociedade e até pela família. Uma das formas de cuidado é a atenção para com a pele do idoso.

Idosos são os que mais sofrem com lesões de pele. Isso porque, com o passar do tempo, a pele perde elasticidade e fica mais fina, tornando-se mais suscetível a lesões por agressões externas. Além disso, na terceira idade acontece também a diminuição dos vasos sanguíneos, das glândulas sebáceas e sudoríparas, prejudicando a função imunológica e favorecendo infecções. Pessoas com diabetes, hipertensão arterial, problemas circulatórios, fumantes e obesos estão ainda mais propensos a desenvolver lesões de pele.

De acordo com o dermatologista Lincoln Miranda Alvarenga, o processo de envelhecimento é uma consequência natural, e muitos dizem que esse processo tem início com o nascimento; outros têm a teoria de que começa a partir dos 30 anos, quando alguns sinais na pele já começam a aparecer. "Grosso modo é possível dizer que a partir dessa idade as pessoas precisam de mais cuidado com a pele, pois ela perde a elasticidade e também fica mais propensa a contrair doenças comuns a idosos, como a melanose e queratose solares, a elastose, angioma rubi — conhecida pelas pessoas como mancha vermelha —, acrocórdion e demais outras que acometem idosos", destacou o dermatologista, enfatizando que nessa idade os cuidados devem ser redobrados. "Sempre recomendamos ao idoso tomar muito líquido, sempre usar um creme hidratante após o banho, principalmente à noite, passar protetor ao sair no sol, fazer uma dieta balanceada e exames rotineiramente", concluiu.

Apesar da fragilidade maior da pele dos idosos, seja em qualquer idade, o cuidado deve ser rotina, principalmente em regiões como a de Governador Valadares, de clima quente e sol forte. O dermatologista Lincoln Miranda Alvarenga alerta que a exposição solar pode causar diversos problemas à pele — do envelhecimento precoce ao câncer. 

Sejam horas ou minutos de exposição, apenas o braço ou todo o corpo, na parte da manhã, durante ou no final da tarde, com ou sem protetor solar a exposição ao sol tem um potencial muito forte de ocasionar danos à pele. Por isso, o cuidado deve constante, mas muitos ignoram e só percebem o mal após adquirirem alguma doença.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pele melanoma é o mais crescente no Brasil, e a estimativa é que 134.170 novos casos tenham surgido em 2012 e 2013. Lincoln Miranda Alvarenga afirma que apesar da grande expansão do melanoma, o carcinoma basocelular é a doença de pele mais comum, sendo responsável por 50% de todos os cânceres no geral. “O câncer de pele possui três tipos, que são basalioma (basoceluar), o espinocelular e, por último, o melanoma. Todos apresentam um grau de risco, mas o mais grave é o melanoma, o qual surge através de uma pinta preexistente ou em pele sem nenhuma lesão”, disse.

O médico explica que indivíduos que que têm exposição frequente à radiação ultravioleta durante a infância, aos 21 anos já apresentam sinais de danos na pele desencadeados pelo sol. “Praticamente a causa principal do câncer de pele é a exposição solar, onde mais de 90% do câncer de pele se origina na área descoberta, sendo incididos em grande parte nas peles mais claras. Todavia, nada impede de se propagar também em peles escuras, e vale ressaltar que esse tipo de câncer acontece em pessoas acima dos 40 anos, mas pode atingir também em pessoas acima dos 20 anos”, afirmou Lincoln, enfatizando que queimaduras solares intensas ocorridas na infância levam ao envelhecimento prematuro e podem levar ao aparecimento de câncer cutâneo na idade adulta. “Vale ressaltar que a doença de pele devido à exposição solar é cumulativa, ou seja, não é apenas um dia em que a pessoa ficar exposta que vai resultar em um câncer, mas sim a exposição constante, que no decorrer do tempo vai se agravando até se tornar um câncer. Por isso recomendamos que a pessoa utilize protetor solar sempre, até mesmo quando o dia estiver nublado”, afirmou o dermatologista.

No caso de Valadares, Lincoln alerta para o sol forte, que predomina na maior parte do ano. Protetor solar na cidade deve ser frequente. “Em valadares o clima interfere muito nessa questão de câncer de pele; o sol aqui é mais intenso do que em outros locais. Outra questão é que aqui muitas pessoas têm acesso a clubes ou até mesmo lagoas e rios para ter um momento de lazer. Cada vez que fica no sol vai-se acumulando o processo, por isso é importante o uso de protetor solar e, principalmente estar atento ao fator de proteção solar, porque cada tipo de pele pede um fator para que esteja corretamente protegida”, destacou o dermatologista.

MITOS

Existem muitos mitos que envolvem a exposição ao sol. Muitos acham que o bronzeamento indica pele saudável. Outros dizem que crianças necessitam de muito sol para crescerem fortes e saudáveis. Na verdade, a exposição duas vezes na semana, entre cinco e dez minutos, é o suficiente. O bronzeado, para o dermatologista, é sinal de agressão à pele, e não precisa apresentar queimadura. “Os indivíduos que têm queimaduras solar são mais propensos a ter o câncer de pele do que aqueles que não se queimam. Porém, a radiação ultravioleta causa danos na pele mesmo que o indivíduo nunca tenha tido queimadura solar. Temos que quebrar o mito de que até certo horário o sol não faz mal; pelo contrário, faz mal para a pele a todo momento. Até mesmo em dias nublados é preciso se proteger, porque a pessoa está normalmente sendo impactada pelos raios ultravioletas. Com o cuidado correto, a pele estará mais protegida e, aí sim, a pessoa estará mais saudável”, concluiu Lincoln Alvarenga. (E.F.)