O deputado federal, candidato à reeleição pelo PCdoB no estado de São Paulo, Protógenes Queiroz, afirmou em entrevista ao Portal Terra que o acidente que matou o presidenciável Eduardo Campos (PSB) "não foi um acidente normal", mas sim um atentado.

As afirmações do delegado licenciado da Polícia Federal incendiaram as mentes dos adeptos da “teoria da conspiração”, que já levantavam suspeitas do acidente. E essas suspeitas ganharam força porque o acidente com a morte do candidato provocou uma reviravolta no quadro da disputa presidencial em 2014. 

Em um aspecto, o candidato tem razão. Em vários países a morte de um presidenciável ganharia contornos investigativos muito maiores do que foi observado no Brasil em relação a Campos.

Pois agora o deputado federal Protógenes Queiroz afirma que "a equipe da PF que ficou designada pra poder acompanhar nas buscas, coletar alguns dados, só chegou na madrugada do dia seguinte".

O deputado relata ter localizado um fichário de anotações do piloto somente com a capa e sem as folhas. “Por que foram retiradas essas folhas? Por que eu encontrei em outro local? Eu fotografei as folhas e pedi pra perícia recolher”, enfatizou.

O candidato a reeleição para deputado, que tinha expectativas de se encontrar em São Paulo com Eduardo Campos, chegou a Santos logo após a tragédia, colheu indícios e depoimentos e anuncia que os enviará à Procuradoria-Geral da República, com o pedido para aprofundar as investigações.

Outras questões destacadas por Protógenes dizem respeito aos pedaços de fuselagem do avião. O deputado afirma que várias peças que faziam parte da aeronave não aparecem nas fotos.  Além disso, Protógenes ainda afirma que as câmeras de prédios da região dão conta de que o piloto não estava no controle da aeronave.  

Para o deputado, é necessário saber quem autorizou o voo em condições climáticas adversas. "Aquela pista [no Guarujá, para onde o jato seguia] precisaria ter boas condições de visibilidade para se poder aterrissar".  No dia do acidente havia densa neblina e chovia no litoral paulistano.

Reações

Os leitores receberam com as mais diversas reações a notícia sobre as suspeitas de Protógenes. Nas mídias sociais, um dos leitores lembrou que “O Brasil, acho que é o único país do mundo em que morre um candidato a presidente na véspera de uma eleição, numa explosão de um avião; a caixa preta não tem gravação nenhuma; o país aprovou uma lei, isso no meio do ano, que proíbe a polícia e o ministério público de investigar; testemunhas dizem que o avião explodiu no ar, mas ninguém ouviu essas testemunhas; não fotografaram todos os destroços do avião; não sabem até agora por que autorizaram o voo em condições adversas”, disparou.

Outro, relatou a seguinte opinião: “faz mais sentido que o próprio partido dele tenha feito isso, do que qualquer outro, pois ele tinha carisma. alguém como ele vivo era carismático, mas não o suficiente, alguém como ele morto é um mártir, e gera reflexão”.

Um terceiro emendou com o seguinte comentário. “O problema do povo brasileiro, é que só acredita em pastores, em votação do BBB e em MC´s que cantam funk”. 

Lembre-se

O delegado Protógenes Queiroz ganhou notoriedade nacional, por ter prendido o banqueiro Daniel Valente Dantas, dono do grupo Opportunity, na  Operação Satiagraha, deflagrada pela Polícia Federal em 8 de julho de 2008.

A operação investigou crimes financeiros do grupo, com investiga os desdobramentos do caso do mensalão e as empresas possivelmente beneficiadas pelo empresário e publicitário mineiro Marcos Valério.

Os três detidos na operação, Daniel Dantas, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o empresário Naji Nahas, foram acusados de integrar uma organização criminosa supostamente envolvida em corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação fiscal.