Minas Gerais confirmou 12 casos de varíola dos macacos, nesta quinta-feira (7). De acordo com informações da Secretaria de Estado de Saúde (SES), os pacientes estão clinicamente estáveis e em isolamento. O primeiro paciente a ter o diagnóstico confirmado, no dia 29/06, foi um rapaz de 33 anos.

Ainda segundo a pasta, até o momento, foram notificados 34 casos suspeitos da doença no Estado. Do total, 11 seguem em investigação e 11 já foram descartados.

A maioria dos contaminados pela doença está em Belo Horizonte. São, ao todo, nove registros na capital mineira. Além disso, dois pacientes moram em Sete Lagoas, na região Central do Estado, e um em Governador Valadares, no Rio Doce. Todos são homens, com idade entre 23 e 46 anos.

“Dos 12 casos confirmados, dois retornaram de viagem ao exterior e nove retornaram de viagens recentes ao município de São Paulo. Um paciente contraiu o vírus por contato com um dos casos que se deslocou para São Paulo. A fonte provável de contaminação dos 12 casos foi por contato íntimo”, informou a Secretaria de Estado de Saúde.

Quais são os sintomas da varíola dos macacos?

Os sintomas iniciais da varíola dos macacos incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. Lesões na pele se desenvolvem primeiramente no rosto e, depois, se espalham para outras partes do corpo, incluindo os genitais. As lesões na pele parecem as da catapora ou da sífilis até formarem uma crosta, que cai depois.

Os sintomas da varíola dos macacos podem ser leves ou graves, e as lesões na pele podem ser pruriginosas ou dolorosas.

Como é a transmissão da doença?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não sabe qual a fonte de infecção nos casos relatados. No entanto, segundo informa o Instituto Butantan, já é possível detalhar como a doença tem se espalhado entre os humanos. Confira como ocorre essa transmissão:

  •    Contato com gotículas expelidas por alguém infectado (humano ou animal);
  •    Contato com as lesões na pele causadas pela doença ou por materiais contaminados, como roupas e lençóis;

Ainda segundo o Instituto Butantan, o período de incubação da varíola do macaco é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias.

Tratamento

Assim como ocorre com o Coronavírus, o tratamento da varíola dos macacos também requer isolamento de 21 dias, com o paciente sob observação médica.

O que dizem os especialistas

O médico infectologista Carlos Starling informou que a tendência é a de que o número de casos aumente nos próximos meses. "É preciso orientar a população. A vacina não está disponível", destaca o médico. Ele considera que o vírus da varíola dos macacos não tem o potencial de causar uma pandemia do tamanho daquela ocasionada pela Covid-19, no entanto, há risco de altos índices de contaminação. "Precisamos observar o comportamento para avaliar se retomamos a vacina", reforçou.

O imunizante para a varíola já não existe no Brasil desde 1980, quando a doença foi erradicada. Segundo o também médico e infectologista Leandro Curi, a vacina para varíola funciona para a doença irmã: varíola dos macacos.

No entanto, a proteção não seria de 100%, seria de 85%. Para ele, é preciso estudar a necessidade de se retomar a produção do imunizante. "Protege (a vacina) por causa da proximidade genética entre os vírus", disse o Curi.

"Os surtos que caminham para epidemias começam assim (cenário de Minas). Quando o grupo de pacientes é pequeno, a gente consegue acompanhar, mas agora já é possível que haja pessoas que tenham tido contato com essas pessoas. E aí, já vai se alastrando", explicou.