Um pedido para sentar no colo, um toque quando ninguém está vendo, o oferecimento de balas, dinheiro, brinquedos em troca de guardar um segredo.

Crianças e adolescentes estão expostos a abusos sexuais que podem ser praticados por quem está muito perto: o pai, o tio, o avô, um vizinho ou um amigo da família.

Na última semana, uma menina de 11 anos pediu socorro à mãe informando que era estuprada pelo pai há cerca de dois anosno Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Até esta segunda-feira (14), o suspeito não havia sido localizado.

Em Minas Gerais, de acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), em 2021, foram registrados 2.929 casos de estupro de vulnerável no estado.

Em janeiro deste ano, no dado mais atualizado da pasta, são 165 casos em Minas, sendo 23 na capital mineira.

Mas como identificar se uma criança ou adolescente é vítima de abuso sexual? A Polícia Civil de Minas Gerais preparou com cartilha com informações:

 

Quais os sinais que crianças e adolescentes são vítimas físicas, psicológicas e sexuais?

 

 

  • Dificuldades escolares
  • Depressão, distúrbios do sono e do apetite
  • Automutilação e tentativa de suicídio
  • Presença injustificada de lesões
  • Aparência descuidada
  • Fuga de casa
  • Agressividade e isolamento social
  • Comportamento inadequado para a idade
  • Doenças sexualmente transmissíveis
  • Dor ou inchaço nas áreas genital ou anal

 

 

Como abordar crianças e adolescente com suspeitas de abusos?

 

 

  • Estabeleça um vínculo de confiança com a criança ou adolescente
  • Crie um ambiente no qual a criança ou adolescente se sinta segura, e se for preciso verbalize com calma
  • Demonstre que ele pode confiar e falar sobre qualquer coisa, mesmo que possa parecer algo errado
  • Tente manter a calma. É normal se sentir perdido e apavorado diante de uma situação de violência. A calma é muito importante, não deixe a criança perceber seu nervosismo
  • Tente conversar de forma natural sobre assuntos que envolvam o corpo e a sexualidade para que a criança não se sinta reprimida e fique à vontade para falar
  • Evite perguntas diretas. Dê preferência a perguntas abertas, do tipo que a criança possa optar entre duas ou mais possibilidades
  • Permita que a criança fale espontaneamente dos fatos.
  • Lembrem-se: as crianças, principalmente em idades menores, podem dar respostas que acreditam ser o que os pais ou outro adulto esperam receber
  • Perguntas diretas ou fechadas, do tipo: “Foi essa ou aquela pessoa que fez isso ou aquilo com você?” podem distorcer as experiências vivenciadas ou mesmo gerar “memórias” de fatos que não existiram, a partir de sugestões involuntárias de adultos. Então, se não se sentir seguro e à vontade para ter essa conversa com a criança, o melhor é não questioná-la e procurar os órgãos de proteção

 

 
 

As suspeitas foram confirmadas. O que fazer?

 

 

  • Sempre acredite na vítima, sem culpá-la
  • Afaste a vítima do agressor para evitar novos abusos
  • Denuncie em uma delegacia de Polícia Civil
  • Comunique o fato ao Conselho Tutelar de sua cidade
  • Ofereça atendimento médico e psicológico à vitima
  • Procure um lugar seguro para a vítima

 

Denuncie abusos sexuais contra crianças e adolescentes pelos telefones: 100, 190, 181 e 197.