Na terça-feira (6/10/2020), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), em Patrocínio, no Alto Paranaíba, entregou à Justiça o inquérito, com mais de 380 páginas, que apurou a morte do advogado e candidato a vereador Cássio Remis. O crime aconteceu no pátio da Secretaria de Obras da Prefeitura de Patrocínio, no último dia 24/09. 

No curso da extensa investigação, a PCMG ouviu 25 pessoas e produziu 15 laudos periciais, concluindo pelo indiciamento do suspeito, secretário de Obras de Patrocínio, pelos crimes de homicídio duplamente qualificado – por motivo fútil e dissimulação –, roubo majorado pelo concurso de agentes, e porte ilegal de arma de fogo. Ele permanece detido no Sistema Prisional. 

A delegada responsável pelo inquérito, Ana Beatriz de Oliveira Brugnara, explicou que a PCMG descartou a motivação política no crime. “Não é um crime político. Pode envolver um contexto político, mas fundamentamos no motivo fútil, por entendermos que o ato criminoso foi desproporcional às razões de uma possível denúncia que a vítima estaria realizando contra o suspeito”. 

Além disso, as provas periciais demonstraram que o homicídio não teria sido premeditado. “Ele não estava portando a arma no momento do crime. A arma estava em local distante, pelos levantamentos da nossa equipe, estava em um local distante que demorava em média de dez a 15 minutos para buscá-la. Então, o que constatamos é que não havia uma premeditação, caso contrário ele já teria saído com uma arma, e não a deixando no veículo”, detalhou Brugnara. 

Além do suspeito, um motorista que teria auxiliado na fuga dele também foi indiciado pelos crimes de roubo majorado pelo concurso de pessoas e por favorecimento pessoal. 

Críticas 

O delegado regional em Patrocínio, Valter André, comentou que apesar de inúmeras críticas de cunho político, a Polícia Civil conduziu uma investigação qualifica e rápida. “Tivemos críticas sim, mas não de cunho técnico ou jurídico. Estamos satisfeitos de apresentar à sociedade o resultado de um trabalho eficiente em tão pouco tempo”. 

O delegado Renato Mendonça, que também atuou nas investigações, complementa: “foi um trabalho muito bem feito e rápido, mobilizando todas as equipes em Patrocínio, de forma que acredito em uma condenação pela Justiça para o indiciado”. 

O crime 

De acordo com as testemunhas e apurações da Polícia Civil, o investigado teria se irritado com Cássio no momento em que ele realizava uma transmissão ao vivo por uma rede social, denunciando condutas irregulares da Secretaria de Obras da cidade. O investigado teria então pegado o celular que filmava a vítima e fugido em uma caminhonete. O candidato foi atrás do suspeito, chegando até o local do crime, onde discutiram e foram feitos os disparos.