A orientação do Comitê Extraordinário COVID-19 é que as prefeituras da macrorregião Leste do Sul de Minas Gerais voltem para a onda branca, como forma de prevenção. Os protocolos da onda amarela do plano Minas Consciente foram suspensos nas cidades que fazem parte dessa parte do estado. 

O comitê, que faz avaliações semanais, recomendou o recuo. Assim, a região volta ao status das regiões Norte e Sul, que têm taxa de ocupação de leitos controlada até o momento.

As outras 11 macrorregiões de Saúde do estado deverão seguir os protocolos da onda verde, abrindo somente os serviços essenciais, como padarias, farmácias e supermercados. As mudanças valem a partir de sábado (27).

Deverão ser fechados temporariamente estabelecimentos como papelarias, salões de beleza e lojas de roupas. Podem continuar funcionando os serviços essenciais e as atividades autorizadas na onda branca, a exemplo de autoescolas, lojas de artigos esportivos e floriculturas.

O programa Minas Consciente foi criado pelo Governo de Minas para promover a retomada econômica gradual e coordenada nas cidades mineiras, sugerindo medidas que preservem a saúde da população. O plano tem objetivo de orientar as prefeituras. Fica a critério de cada prefeito aderir e seguir os protocolos.

Os empresários que desejam reativar seus estabelecimentos devem consultar se a prefeitura local aderiu ao plano e seguir as orientações da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).

A medida, segundo o governo,  pretende preservar a saúde da população, já que Minas Gerais apresentou aumento expressivo no número de casos da doença, colocando em risco a capacidade assistencial da rede hospitalar.

O governador Romeu Zema ressaltou a importância de manter as medidas de prevenção, como o isolamento social e o uso de máscara, para desacelerar a disseminação do vírus.

 

“Precisamos ter em mente que ainda não vencemos o jogo - ainda devemos estar em 20 minutos do primeiro tempo. Isso vai demandar paciência e comprometimento da população. Um estado sozinho não consegue fazer tudo. Estamos tomando todas as medidas necessárias e, por isso, o estado está mais estruturado a cada dia. Mas, se as pessoas estiverem fazendo churrasco, saindo de casa desnecessariamente e reduzindo o uso de máscara e a higiene das mãos, não teremos como conter o avanço dessa pandemia. Peço a todos que participem desse esforço”, pediu.

Algumas cidades já decretaram o lockdown, quando o distanciamento social se torna obrigatório e as medidas de abertura são mais rígidas até mesmo para os serviços essenciais.

O governador confirmou a a possibilidade de o Executivo estadual adotar a medida nas macrorregiões que apresentarem uma taxa de ocupação hospitalar considerada crítica.

“Provavelmente, não decretaremos lockdown em todo o estado, pois Minas possui um território muito amplo e precisamos avaliar a situação de cada região. Mas não descartamos a possibilidade de fechar as regiões que estiverem mais críticas. É uma medida extrema, mas que pode ser necessária para preservar a saúde de todos os mineiros”, disse.

Alcance do programa  

Até 24 de junho, 155 prefeituras já tinham oficializado a adesão ao Minas Consciente, impactando 3,7 milhões de mineiros. O plano setoriza as atividades econômicas em quatro “ondas”, a serem liberadas para funcionamento de forma progressiva, conforme indicadores de capacidade assistencial e de propagação da doença.

Algumas das orientações são que os estabelecimentos tenham meios para higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel 70%. Eles também devem fornecer Equipamentos de Proteção Individual adequados para a atividade exercida e providenciar barreira de proteção física quando os funcionários estiverem em contato com o cliente.

Além da Região Centro-Sul, que voltou à onda verde após aumento no número de casos, as regiões Centro, Noroeste, Nordeste, Jequitinhonha, Leste, Vale do Aço, Sudeste, Oeste, Triângulo do Sul e Triângulo do Norte não apresentaram índices favoráveis para a retomada de novos setores econômicos.

A relação entre o número de leitos e a incidência de novos casos, além do tempo médio para internação após solicitação, não permitem uma folga confiável se a demanda crescer em decorrência da reabertura de novos estabelecimentos.