Seis estudantes da Escola Estadual Presidente Costa e Silva, da cidade de Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha, ganharam medalha de bronze na Olimpíada Internacional Matemática sem Fronteiras. O prêmio foi conquistado em Taiwan, no continente asiático, no início de agosto. 

Para Thais Pereira, Eric Soares, Gabriel Lopes, João Gustavo Mota, João Pedro Lemos e Vitor Gabriel de Oliveira chegarem até lá, a cidade se mobilizou e fez de tudo para conseguir o dinheiro. O professor de matemática Adalgisio Gonçalves Soares, que acompanhou seus alunos na competição, conta que foram levantados R$ 77 mil com diversas atividades voluntárias que a comunidade organizou: vaquinha virtual, bazar, promoções na cidade, divulgação nas redes sociais… 

“Ficamos muito entusiasmados com esse convite, só que quando a gente foi analisar os custos, o evento não arcava com tudo. A gente ia ter que bancar. E os meus alunos, mais de 80% são de famílias extremamente carentes que não teriam condições”, conta. Os estudantes foram convidados para representar o Brasil na Olimpíada com mais 28 escolas do país, entre institutos federais, estaduais e escolas particulares. Nas etapas estadual e nacional, levaram de cara quatro medalhas, três ouros e uma prata. 

Na etapa mundial, os adolescentes de 14 anos, matriculados no 9º subiram ao pódio mais uma vez. “Isso foi um reconhecimento fora do normal, foi muito bom! A gente não esperava essa medalha, já estávamos satisfeitos com o resultado aqui. E ainda foi uma experiência de vida, que abriu o leque de visão de mundo. Isso não tem preço”, comemora Adalgisio. 

Experiência de vida 

João Pedro, um dos estudantes medalhistas, relata que participar do concurso foi uma experiência incrível. A prova, segundo ele estava muito difícil, principalmente por ter sido totalmente em inglês, língua que eles não têm fluência. E foram aplicadas individualmente, ao contrário das etapas estadual e nacional que foram provas em grupo. 

Para além da competição, a ida a Taiwan foi uma vivência única dos estudantes de Minas Novas, que viajaram pela primeira vez para fora do país. Foi muito bom! As coisas que a gente viu lá… É tudo muito diferente. A gente deu até uma estranhada, principalmente por causa da comida, que é a maioria agridoce. A gente comeu muita coisa sem saber o que era”,  diz.