CÂNCER DE TIREOIDE

O câncer da tireoide é o mais comum da região da cabeça e pescoço e afeta três vezes mais as mulheres do que os homens.  Pela mais recente estimativa brasileira (2018), é o quinto tumor mais frequente em mulheres nas regiões Sudeste e Nordeste (sem considerar o câncer de pele não-melanoma).

Os carcinomas diferenciados são os tipos mais frequentes. Dentre eles estão o papilífero (entre 50% e 80% dos casos), o folicular (de 15% a 20% dos casos) e o de células de Hürthle (menos que 5%). Existem ainda os carcinomas pouco diferenciados (cerca de 10% dos casos) e os indiferenciados (também cerca de 10%).

ESTATÍSTICA

Estimativa de novos casos: 9.610, 1.570 sendo homens e 8.040 mulheres (2018- INCA).

Número de mortes: 748, sendo 239 homens e 509 mulheres (2015 – SIM).

O QUE AUMENTA O RISCO?

  • História de irradiação (ter sido submetido à radioterapia) do pescoço, mesmo em baixas doses;
  • História familiar de câncer da tireoide;
  • Associação com dietas pobres em iodo.

SINTOMAS

A presença de um nódulo na tireoide, glândula localizada na região anterior baixa do pescoço, normalmente não é indicação de câncer. Entretanto, a ocorrência de nódulo tireoidiano em pacientes com história de irradiação prévia do pescoço (que já foram submetidos à radioterapia) ou história familiar de câncer da tireoide é considerado suspeito. Nódulos tireoideanos que apresentam crescimento rápido também são mais suspeitos de serem malignos. Nódulo tireoideano, associado à linfonodomegalia cervical (gânglios linfáticos aumentados no pescoço) e/ou à rouquidão, pode ser indicação de um tumor maligno. Em alguns casos mais avançados, além da rouquidão, sintomas compressivos e até mesmo sensação de falta de ar e dificuldade em engolir alimentos podem ser sintomas sugestivos de malignidade diante de uma massa localizada na tireóide.

DETECÇÃO PRECOCE

A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar o tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento. A detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença. Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de tireoide traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado. Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer possibilita melhores resultados em seu tratamento e deve ser buscado, principalmente, com a investigação de algum nódulo inexplicado na tireoide.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico do câncer da tireoide começa com a história clínica e o exame físico. Muitas vezes, em tumores pequenos, os pacientes são assintomáticos. O diagnóstico normalmente é feito após a realização de ultrassonografia do pescoço na qual é encontrado um nódulo. De acordo com as características do nódulo, é feita a punção aspirativa, por meio da qual pode ser confirmado o diagnóstico de câncer. Caso seja esse o resultado, o paciente é encaminhado ao cirurgião para tratamento.

TRATAMENTO

O tratamento do câncer da tireoide é cirúrgico. A tireoidectomia (retirada da tireoide) total ou parcial é o tratamento de escolha. O tratamento dos carcinomas bem diferenciados (papilífero e folicular) depende dos riscos associados (extensão da cirurgia e necessidade da complementação terapêutica com iodo radioativo). Alguns outros tipos histológicos, como é o caso dos carcinomas medulares, têm indicação de tireoidectomia total já associada à retirada dos linfonodos vizinhos à glândula. Em casos de tumores que se espalharam para gânglios linfáticos cervicais (do pescoço), o tratamento do tumor primário deve ser associado à retirada dos gânglios linfáticos afetados. A complementação terapêutica com o iodo radioativo deve ser sempre utilizada em pacientes com carcinomas bem diferenciados, considerados de alto risco e submetidos à tireoidectomia total.

COMO PREVENIR?

  • Manter o peso corporal adequado;
  • Manter hábitos de vida saudáveis;
  • Evitar exposição desnecessária a RX;
  • Realizar o autoexame da tireoide.

CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO

Câncer de cabeça e pescoço é o nome que se dá ao conjunto de tumores que se manifestam na boca, na faringe e na laringe, entre outras localizações da cabeça e do pescoço. Embora diferentes tipos de tumores possam se desenvolver nessa região, o carcinoma epidermoide (tumor maligno originado nas células epiteliais, presentes na pele e nas camadas escamosas das mucosas), é o mais frequente. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), em geral os tumores de cabeça e pescoço são mais frequentes em homens na faixa dos 60 anos de idade e representam o segundo tipo da doença com maior incidência na população masculina e o quinto mais comum entre as mulheres. “Feridas de difícil cicatrização na boca ou na garganta, dor na garganta, dificuldade para engolir, sangramento ou dor ao escovar os dentes, rouquidão e nódulos no pescoço podem ser um sinal de alerta para a doença”, afirma o oncologista do Hospital Sírio-Libanês, dr. Gilberto de Castro Junior. Se em um prazo de 30 dias esses sintomas não desaparecerem, ele aconselha que a pessoa procure um médico.

Os tumores de cabeça e pescoço estão relacionados ao tabagismo, ao consumo de bebidas alcoólicas e a infecções pelo papilomavírus humano (HPV), vírus transmitido principalmente pelas relações sexuais que atinge a pele e as mucosas. Segundo o dr. Castro, a relação entre o HPV e o câncer de cabeça e pescoço vem se tornando cada vez mais comum, sendo observada em 10% a 30% dos casos. “Por isso, a vacinação contra o HPV é fundamental”, afirma. Meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos já podem tomar a vacina gratuitamente no Sistema Único de Saúde. Para os portadores de HIV, a faixa etária é mais ampla, de 9 a 26 anos. Outros grupos etários podem dispor das vacinas em serviços privados, se indicado por seus médicos.

Diagnóstico Precoce

Quando diagnosticado logo no início, as chances de cura podem chegar a 80%. O diagnóstico é feito por meio de avaliação clínica — que muitas vezes pode ser realizada por um médico ou dentista, sem necessidade de equipamentos especiais —, além de biópsia e exames de imagem, como tomografia, ressonância magnética ou tomografia por emissão de pósitrons (PET, do inglês positron emission tomography).

Tratamento

O tratamento, dependendo de localização, características e extensão do tumor, pode incluir cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, realizadas isoladamente ou em combinação. Após a identificação do câncer, é feita uma avaliação para verificar se o tumor é operável ou não, e então planejar o tratamento, que é multidisciplinar.

 

Como se prevenir do câncer de cabeça e pescoço

  • Evite o tabagismo;
  • Evite o consumo abusivo de bebidas alcoólicas;
  • Vacine-se contra o papilomavírus humano (HPV);
  • Use preservativos;
  • Mantenha uma boa higiene bucal;
  • Consulte-se regularmente com um dentista;
  • Tenha uma alimentação equilibrada.

Aprenda a fazer o Autoexame

Você sabia que o nódulo de tireoide pode ser facilmente identificado com um autoexame? Basta que você na frente do espelho tome um gole d’água. Preste atenção na tireoide que fica localizada logo abaixo do Pomo de Adão (gogó). Se você notar um nódulo se movimentando para cima e para baixo, durante esse gole de água, é porque provavelmente existem nódulos. Nesse caso, procure o médico para realizar os devidos exames e detectar precocemente um nódulo de tireoide.

REFERÊNCIAS:

https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer

https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/sua-saude/Paginas/cancer-cabeca-pescoco-tumores-mais-frequentes-homens.aspx